sábado, 15 de março de 2014

"Consultas" deve consolidar Ruy como candidato ao senado na chapa de Cássio que atua no 'varejo', estratégia vitoriosa em 2002, 2006 e 2010...

Os encontros para 'consultas' aos filiados que o PSDB inicia sexta-feira (21), em Patos, na realidade, objetiva uma solução caseira para a disputa pelo Senado com a consolidação do nome do deputado Ruy Carneiro como candidato na chapa de Cássio. Seguindo o mesmo caminho trilhado em 2006, quando os tucanos elegerem a chapa Cássio/Cícero.
O jornalista e articulista político Júnior Gurgel [A Palavra] menciona o tema de maneira bem colocada e Ruy poderia muito bem ter sucesso na empreitada já que o campo está em aberto e sem um nome favorito, ao contrário da disputa pelo governo - com Cássio bem colocado. A chapa caseira já partiria com os 40% destinado à Cássio, hoje.
Wilson Santiago (PTB) até que poderia ser o senador na chapa de Cássio, entretanto, ainda não concordou em transferir as bases do filho (Wilson Filho) para Cícero Lucena - condição colocada por Cássio. Wilson tem até junho pra aceitar, caso contrário, Cícero inverte os papéis com Ruy na disputa deste ano.
Confira o ensaio abaixo:
"As consultas que serão realizadas pelo PSDB-PB, em suas bases municipais, são algo semelhantes às antigas "prévias" do PT: mesmo que não resultassem em nenhuma mudança sobre o que a "nacional" já havia decidido, tinham o objetivo de cingir a legenda e fortalecer "nomes". Para o senador Cássio Cunha Lima,o processo cria uma "cortina de fumaça" que deixa imperceptível na visão do eleitorado as baixas sofridas no seu Exército, a partir do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD).
São estilos distintos, em momentos diferentes. O PSDB resolveu mergulhar no "varejo", enquanto o PSB [leia-se Ricardo Coutinho] trabalha no "atacado". O resultado - apesar de imprevisível - em alguns momentos mostrou a Paraíba que a atual estratégia do senador Cássio Cunha Lima está correta. Executo-a com brilhantismo por duas vezes, e funcionou a contento. A primeira, quando foi candidato contra Roberto Paulino e a máquia "azeitada" de José Maranhão (2002). Diariamente o Palácio da Redenção recebia caravanas de adesistas, vindas dos mais distantes grotões do Estado: prefeitos, ex-prefeitos, vereadores... E ele próprio (Maranhão) candidato ao Senado da República, alavancando o nome de Roberto Paulino, conquistando apoios dos candidatos a Deputado Estadual e Federal. Cássio, no "varejo", consolidava seu nome percorrendo todo o Estado e durante três veze, nos noventa dias que antecederam o primeiro turno. Alcançou o objetivo por pouco. Ma, no segundo tempo da "contenda" inverteu atática: foi para o atacado, "vendendo" a expectativa de poder. Funcionou e venceu. A segunda tentativa, novamente sobre Maranhão há quatro anos, e com Ricardo Coutinho debaixo do braço. Elegeu Ricardo e se elegeu senador.
Como sentencia o adágio popular: "quem é cocho parte cedo". Mesmo estando na faixa dos 45% das preferências do eleitorado, e com vaga já garantida para o segundo turno, o senador tucano trabalha sob a premissa de uma vitória já em outubro. O fato do PMDB (nacional) ainda não ter se entendido com a Presidente Dilma Rousseff tem proporcionado ao PSDB avançar em muitos Estados, particularmente na Paraíba. Se postergar a decisão para junho próximo (período das convenções) a megaestrutura da Paraíba (PMDB/PT)pode ser comprometida, pelo tempo perdido e o espaço cedido. Todavia, só é possível se vislumbrar esta probabilidade "aloprante", de uma vitória em primeiro turno de Cássio Cunha Lima, após a Copa do Mundo e seus resultados nos campos políticos e esportivo.
Para o PSDB, o impacto do rompimento de sua aliança com o PSB foi bem menos danoso que o imaginado. Em Campina Grande, Cássio se fortaleceu ainda mais. O vice-governador Rômulo Gouveia "cochilou" no momento em que deveria estar atento. As exonerações estão sendo publicadas no Diário Oficial - sem tanta surpresa - pois paralelamente, e de forma voluntária, os "cassistas" estão entregando os cargos ao governador. Coisa também inesperada por Ricardo Coutinho, que ao perceber as "manobras" tucanas deveria ter fortalecido Rômulo Gouveia em Campina Grande para evitar um "estouro na boiada". A timidez do vice-governador o levou a se comportar do mesmo modo que se conduziu durante toda sua vida pública, como integrante do grupo Cunha Lima: aguardando ser "chamado" em nome da lealdade e gratidão. Esqueceu que seu companheiro de Governo [RC] defende um "pragmatismo", que não permite enxergar "política" sob este prisma.
Cada campanha escreve sua própria história. Todavia, seus finais sempre mostram que os vitoriosos são aqueles que andam mais, erram menos e gastam bem. Ao fazerem este exercício, estão permanentemente "agregando".
Escrevemos recentemente neste espaço que em quaisquer circunstâncias Rômulo Gouveia estaria eleito Senador da República. A conjuntura nos levava a analisar tudo que já descrevemos: em suas mãos, os destinos de Campina. Este era o enredo que supomos estar sendo "ensaiado". E nesta posição Ricardo Coutinho teria chances de alcançar o segundo turno, numa disputa renhida. Rômulo "puxaria" Ricardo na Rainha da Borborema. Sua eleição estaria consolidada. Ah! Esquecemos de mencionar que na chapa de Ricardo Coutinho terá que ter um vice de Campina Grande. Quem será? Desde 1960, a cidade decide (quando não elege) o Governador do Estado.
No pleito de 1998, Maranhão "puxou" Ney, que derrotou Buriti. Em 2002, Cássio puxou Efraim, que estava atrás (18%) de Wilson Braga [o favorito pra segunda vaga] e Buriti (ao lado de Maranhão), faltando apenas quinze dias para a realização do pleito. Cícero Lucena, com boa densidade eleitoral na Capital, ao chegar em Campina Grande - onde foi "puxado" por Cássio - consolidou sua vitória, derrotando Ney Suassuna, tido como um filho de Campina Grande.
Não precisa ser gênio para perceber que a campanha irá radicalizar-se. O candidato de Cássio, se não ocorrer mudanças (para isto está existindo "consultas" às bases) será Ruy Carneiro. Chegará ao Senado, no próximo cinco de outubro, quem alcançar 40% dos votos. Ruy já partirá com este percentual no lançamento de sua candidatura, vez que, na "chapa casada", quem votará em Cássio votará em Ruy. Ou porventura esqueceram de Wilson Braga em 1986? Chapa casada: Buriti (Governador), Humberto Lucena e Raimundo Lira (Senadores). Lira foi o mais votado que Humberto porque foi o segundo de Wilson Braga em muitos municípios do Estado."

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