Morreu no Recife, nesta quarta-feira (23), às 17h15, o escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos. Ele estava internado desde a noite de segunda (21) na UTI do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite após sofre um AVC do tipo hemorrágico.
Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, época em que seu pai João Suassuna governava a Paraíba, e cresceu no Sertão paraibano. Mudou-se com a família para o Recife em 1942. Mesmo com os problemas na saúde, ele permanecia em plena atividade profissional. "No Sertão do Nordeste a morte tem nome, chama-se Caetana. Se ela está pensando em me levar, não pense que vais er fácil, não. Ela vai suar! Se vier com essas besteirinhas de infarto e aneurisma no cérebro, isso eu tiro de letra", disse ele, em dezembro de 2013, durante retomada de suas aulas-espetáculo.
A primeira peça do escritor, "Uma mulher vestida de sol", ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno em 1948. Ariano escreveu um de seus maiores clássicos, "O Auto da Compadecida", em 1955, cinco anos depois de se formar em direito. A peça foi apresentada pela primeira vez no Recife, em 1957, no Teatro de Santa Isabel, sem grande sucesso, explodindo nacionalmente apenas quando foi encenada - e ganhou o prêmio - no Festival de Estudantes do Rio de Janeiro, no Teatro Dulcina. A obra é considerada a mais famosa dele, devido às diversas adaptações. Guel Arraes levou o "Auto" à TV e ao cinema em 1999.
O escritor considera que seu melhor livro é o "Romance d'A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta". A obra começou a ser produzida em 1958 e exibida pela Rede Globo em 2007, como o nome de "A Pedra do reino". Aos 32 anos nas salas de aula, Suassuna se aposentou do cargo de professor da Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. O período também ficou marcado pelo reconhecimento nacional do escritor - Ariano tomou posse na cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, em 1990.
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