domingo, 6 de outubro de 2019

Com discurso de renovação, MDB elegeu novatos para comandar cúpula nacional do partido iniciando pelo novo presidente Baleia Rossi

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Em convenção nacional em Brasília, o MDB elegeu neste domingo (6) o deputado federal e líder da legenda na Câmara dos Deputados, Baleia Rossi (SP), como presidente nacional do partido para um mandato de dois anos. Do total de 319 votos, 311 foram para a chapa de Baleia Rossi (foto ao lado).
Sob o slogan “Renovação Democrática”, o encontro planejado para mostrar um “novo MDB” serviu também de palanque para resgatar velhas lideranças políticas afastadas dos holofotes por derrotas nas urnas nos últimos pleitos ou por investigações como a Operação Lava Jato.
Os salões do Centro de Convenções do Meliá 21, na região central de Brasília, estavam repletos de imagens do ex-presidente da Câmara Ulisses Guimarães, fundador e uma dos políticos históricos da legenda. Ao microfone, os emedebistas enalteciam o governo do ex-presidente Michel Temer.
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“A unidade do partido é fundamental para gente poder mudar, reconectar o nosso partido com os anseios da sociedade e dar voz a nossa militância. Respeitando a nossa história, mas também sabendo que o partido tem que olhar para frente”, afirmou o novo presidente do MDB, Baleia Rossi. Sem Temer, a grande estrela do velho MDB foi o ex-presidente José Sarney. Aos 89 anos, Sarney teve dificuldade de circular por conta da tietagem de filiados. A cada momento o ex-presidente era parado para fotos.
Eleito por aclamação, Baleia Rossi substituirá o ex-senador Romero Jucá (RR), que comandava o partido desde o licenciamento do ex-presidente Michel Temer, em abril de 2016. Jucá disputou as últimas eleições, mas não conseguiu ser reeleito senador por Roraima. O ex-presidente Michel Temer não participou da convenção, que contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ex-deputado federal e ex-ministro Bruno Araújo (PE), presidente do PSDB.
Em discurso durante a convenção, Baleia Rossi afirmou que o MDB precisa escolher suas "bandeiras" e saber que "é possível viver sem governo". "Nosso partido foi até conhecido como o partido da governabilidade, mas, por isso, nós pagamos um preço muito alto também. Precisamos escolher nossas bandeiras, ter a nossa identidade, precisamos saber que é possível viver sem governo. Precisamos de agenda, mas não precisamos de governo para sobreviver, porque o MDB é maior do que isso", disse.
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Renovação
A necessidade de mudança e renovação do partido foi o assunto mais tratado durante os discursos na convenção. Com a eleição deste domingo, a direção executiva da legenda será formada por políticos que jamais haviam ocupado postos na cúpula nacional. O discurso de renovação, no entanto, chegou a ser criticado nos bastidores já que Baleia Rossi chegou à presidência com o apoio de integrantes tradicionais do partido como Romero Jucá e os senadores Eduardo Braga (AM) e Renan Calheiros (AL).
Sobre esse apoio, o ex-ministro Moreira Franco afirmou que não se cria uma liderança política "da noite para o dia". "É uma questão de fazer diferente. Temos que entender, e digo para todos, os com mais idade, com mais experiência, e os mais novos, que nós temos que fazer diferente, não se cria uma liderança política da noite para o dia", afirmou. Segundo o ministro, o MDB não se saiu bem nas últimas eleições e a nova presidência do partido deve ampliar o diálogo com a base do MDB. Em 2018, o MDB foi partido que teve a maior queda nas eleições para as assembleias legislativas nos estados.
No mesmo ano, o partido elegeu 3 dos 14 candidatos a governador, levou 34 deputados para a Câmara, na eleição de 2014 foram 66. No Senado, o partido elegeu 7 senadores. Em 2010, última eleição na qual 2/3 da Casa também foram renovados, a sigla havia eleito 14 senadores.

Manifesto
Depois de lançar a “Ponte para o futuro”, que serviu de base para os dois anos do governo de Temer, o MDB lançou um novo manifesto “Renovação democrática é emprego e oportunidades” em que defende as reformas tributária, da Previdência e as mudanças na legislação trabalhista implantadas por Temer.
O texto propõe que o governo federal incentive a criação de emprego fazendo parcerias com prefeituras para criar vagas para serviços de zeladoria, varrição e pequenos reparos nos 5.570 municípios brasileiros.
“É preciso adotar medidas emergenciais para recuperar o emprego. O MDB defenderá uma proposta de geração de empregos com fundos de desenvolvimento e fomentos já disponíveis”, afirma Rossi.

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