O blog apurou que o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, tem feito gestos nos bastidores a Rodrigo Maia. Tem repetido que a bancada, mesmo com a eventual saída de Jair Bolsonaro, seguirá como “sempre foi”: liberal, com agenda econômica clara. A ideia é deixar claro ao presidente da Câmara que o partido não será oposição ao governo.
Essa é a principal preocupação de Maia, por exemplo, quando perguntado por interlocutores a respeito da possibilidade de fusão. Ele se diz aberto a conversas, mas repete que o DEM precisa monitorar como vai ser a reação e o tratamento do presidente Jair Bolsonaro ao PSL, após sua saída. Bivar tem repetido, inclusive em entrevista ao “Em Foco”, na GloboNews, que não quer briga com Bolsonaro.
Nas palavras de um cacique do DEM, no entanto, no caso do Planalto, a máxima “quando um não quer dois não brigam” não vale para a fúria do presidente com o partido. Motivo: a disputa pelo fundo partidário milionário. O presidente do DEM, prefeito de Salvador, ACM Neto, tem repetido também, reservadamente a aliados, que o seu partido precisa manter distância da briga PSL e Bolsonaro.
Por isso, o DEM suspendeu as conversas de fusão durante o auge da briga PSL e Bolsonaro. A legenda avaliava que admitir publicamente a fusão significaria tomar lado, ou seja, ficar contra o governo. Agora, se Bolsonaro sair, de fato, as conversas de fusão serão retomadas.
Se for confirmada a união das duas legendas, além das presidências das Casas Legislativas, o DEM e PSL querem formar uma expressiva bancada na Câmara (hoje, DEM tem 27 deputados e PSL, 53) além de estarem de olho no fundo partidário do PSL – só em 2019, de cerca de R$ 110 milhões.
Na conta de Bolsonaro, metade da bancada pode acompanhá-lo para um novo partido, por exemplo. Mesmo se isso ocorrer, uma eventual fusão do DEM com PSL pode garantir uma bancada de cerca de 50 deputados. A maior bancada da Casa é a do PT (54), a segunda é exatamente o PSL.
Com Adréia Sadi, GloboNews
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