quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Resolução da Executiva nacional do PSDB mantém imbróglio na política da Paraíba e Cássio deixa de novo todos os partidos esperando por ele...

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) usou outra vez as redes sociais para divulgar uma informação que certamente terá fortes efeitos no curto prazo no processo de definição de candidaturas e alianças para a disputa de 2014 na Paraíba. A informação é a de que a Executiva Nacional do PSDB editou resolução terça-feira (11) firmando o posicionamento de que as alianças estaduais terão que ser decididas pela direção nacional da legenda. 
Não é nenhuma novidade. Quase todos os partidos estão adotando a mesma posição, com o objetivo de atrelar as disputas estaduais à campanha nacional. "O PSDB tem uma prioridade que supera todas as outras: eleger o próximo presidente da República", justifica o senador minero e presidenciável Aécio Neves. 
A resolução define que a "Comissão Executiva Estadual deverá encaminhar, obrigatoriamente, à Comissão Executiva Nacional até o dia 30 de março, análise da conjuntura política no estado e situação das potenciais alianças com outros partidos e candidatos às eleições majoritária e proporcional". O documento fixa que "o Presidente da Comissão Executiva Nacional, até 12 horas antes da realização da convenção estadual (junho), encaminha a decisão ao órgão estadual".
Na Paraíba, essa decisão pode produzir intenso impacto. De imediato, rompe o cerco montado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) para forçar o senador Cássio definir se é candidato ou se deseja manter a aliança. Falava-se até num ultimato, com data - 22 de março - definida para assinatura de um manifesto de todos os aliados. Era a forma de forçar o PSDB a descer do muro. O governador Ricardo Coutinho fica agora na dependência de decisão nacional ou ele próprio terá que dispensar o PSDB.
Além disso, a decisão põe novamente o senador Cássio no comando das definições políticas no Estado. Todos os partidos pareciam imobilizados, esperando por ele, até que o governador tomou a iniciativa de tentar forçar uma definição do PSDB. Terão, agora, que voltar a esperar por uma decisão de Cássio. Mas a decisão não só livra Cássio de ter de definir já se e candidato a governador ou vai manter a aliança com Ricardo. Livra-o também das pressões de seus aliados. Cássio vai respirar, alegando exatamente que é preciso esperar por articulações da direção nacional tucana. Também não precisará romper com o governo agora.
Lógico que a decisão de Brasília pode ser pelo lançamento de sua candidatura para formar palanque para o candidato presidencial, o senador Aécio Neves. Mas, ao contrário, se a definição for por manter a aliança com o PSB, Cássio terá o respaldo da direção nacional do PSDB para contrariar o desejo de grande parte de seus cabos eleitorais no Estado. A verdade é que a resolução da Executiva Nacional do PSDB pode provocar o efeito de adiar sine die definições importantes em relação a candidaturas e alianças na disputa para governador na Paraíba. No mínimo, estica até maio ou junho prazos para as decisões mais importantes, gerando uma incógnita maior do que o bico dos tucanos. 
O imbróglio está mantido e abre-se novo período de intensas especulações, mantendo a Paraíba quase que paralisada. Assim, de repente, o PSDB, na eterna dúvida que o caracteriza, ergue um muro no meio do processo sucessório estadual para ficar pousado em cima. E bem pousado. (Josival Pereira)

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