O clima 'azedou' na cúpula da campanha do governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB). O secretário de Articulação Política da Prefeitura de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio (PT), e o deputado federal reeleito, Efraim Filho (DEM), protagonizaram um 'bate-boca' em uma emissora de rádio na tarde desta quinta-feira (16) por conta da criação do comitê Ricardo - Aécio na Paraíba.
Adalberto Fulgêncio acusou o grupo político do parlamentar de agir contra a candidatura do governador. "Esse movimento puxa a campanha de Ricardo para baixo. Estão tirando o peso de 55% da rejeição de Aécio no Nordeste das costas de Cássio e colocando em Ricardo", disparou. Mais adiante, ele chegou a afirmar que o DEM tem convergências com o PSDB por defender políticas do governo FHC e não conseguir garantir a vitória de Ricardo Coutinho na região de Santa Luzia.
Efraim Filho disse que as declarações do petista são ofensivas e desnecessárias. "Nós não podemos aceitar esse patrulhamento ideológico e isso só cria cisão na campanha, pois não estamos atacando ninguém. Agora não pode haver dois pesos e duas medidas". Os ânimos ficaram ainda mais exaltados quando Fulgêncio disse que o DEM não tinha moral para falar de escândalos políticos e ser rebatido pelo parlamentar. "Basta assistir ao Jornal Nacional para ver quem não tem não moral", retrucou Efraim Filho.
Já o deputado estadual reeleito Anísio Maia (PT) revelou indignação com criação do comitê Ricardo - Aécio Neves. Para o petista, o comitê suprapartidário PSB-PSDB irá dividir o eleitorado de Ricardo Coutinho no estado. "Isso foi um chute no pé na campanha do governador, pois ele perder o voto do povo do PT", opinou.
Anísio disse ainda que o chefe do executivo estadual tem responsabilidade sobre as decisões do seu coordenador de campanha, Efraim Morais (DEM), pai do deputado federal reeleito, Efraim Filho (DEM). "Isso ninguém entende. Parece que para o coordenador, a campanha de Aécio é mais importante do que a de Ricardo".
A estratégia da criação do comitê seria confundir a mente do eleitor e associar o crescimento do presidenciável tucano, nas pesquisas, ao socialista no estado. Dessa forma, o eleitorado poderia entender que Ricardo também estaria marchando junto com Aécio e que, a eleição dos dois traria bons frutos para o estado.
Porém, o PT prepara uma reação, diante da iniciativa de Efraim Morais. Segundo Anselmo Castilho, ex-diretor do Ibama e da Emlur, uma ala do partido já manifestou o mal-estar, por compreender que a fragmentação de apoio enfraquece a candidatura de Dilma no Estado. O deputado federal reeleito Luiz Couto (PT), inclusive, já teria sido acionado para levar a insatisfação do partido ao governador Ricardo Coutinho.
Há poucos dias, a presidente Dilma chegou a revelar sua estranheza com o fato de Efraim ser o coordenador-geral da campanha. O presidente estadual do partido, Charlinton Machado, ainda não se posicionou sobre o assunto. O comitê Ricardo-Aécio, uma iniciativa do ex-senador Efraim, terá como um dos coordenadores o líder estudantil Beto Pirulito e o ex-deputado Fabiano Lucena.
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