Em palestra direcionada a empresários na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, nesta sexta-feira (27), o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, voltou a defender o plano de privatizações de estatais do governo federal.
"Nós temos, hoje, 22 empresas estatais em processo de privatização. A tese é o seguinte: cabe ao estado prover a defesa, a segurança, a saúde em parceria com a sociedade, a educação, e ponto final. O resto, quem tem que fazer, são os brasileiros e as brasileiras. E nós vamos vender tudo, devolvendo à sociedade brasileira o que é dela", disse, sendo interrompido por aplausos do público presente.
No dia 26 de agosto, o governo federal anunciou o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para privatizar nove empresas estatais. Segundo Onyx, o Brasil possui R$ 1,4 trilhão em carteira. Nesta sexta, ele afirmou que o governo, até o fim do ano, deve realizar leilões de rodovias, empresas de energia, comunicação, óleo e aço.
Na sequência, mencionou a importância, do ponto de vista do governo, em vender as empresas estatais, adotando uma postura inversa à política dos governos anteriores. "Porque, Deus nos livre!, mas o dia que eles (PT) voltarem, eles não vão ter nada para parasitar, porque vai estar tudo vendido", acrescentou.
O ministro ainda defendeu o acordo de livre comércio entre Mercosul e UE, Reforma da Previdência e Lei da Liberdade Econômica como medidas importantes para manter a estabilidade e fortalecer a economia do país.
Governo pretende privatizar cerca de 350 das 400 empresas estatais, diz Ernesto Araújo
Já o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou que o governo brasileiro pretende privatizar cerca de 350 das 400 empresas estatais. A afirmação foi dada a uma plateia de investidores estrangeiros durante evento em Nova York, na quinta-feira (26).
O encontro foi organizado pela rede Bloomberg e contou também com a presença da ministra da Economia do México, Graciela Marquez. Durante 30 minutos o chanceler brasileiro respondeu às perguntas de uma das jornalistas do canal.
Ernesto Araújo disse que algumas privatizações serão feitas até a metade do mandato do presidente Jair Bolsonaro e que a privatização dos Correios deve ser uma das maiores. “É interessante porque nos anos 90 as pessoas criticavam que havia uma grande onda de privatização, mas ainda assim o país ficou com 400 empresas estatais”, afirmou o ministro.
Questionado se o governo brasileiro foi pressionado por oficiais americanos a não adotar a tecnologia da empresa chinesa Huawei na implementação do 5G no Brasil, Araújo desconversou. Afirmou que sabe das preocupações do governo americano, mas que o Brasil está analisando todas as companhias e que em breve anunciará qual sistema vai usar.
A jornalista americana insistiu se o ministro tem medo de que os Estados Unidos diminuam a parceria com o Brasil caso o governo brasileiro escolha a Huawei. O chanceler respondeu que a parceria com o governo americano é ótima e não vê isso como um desafio.
“É errado pensar que não sabemos o que o futuro vai nos trazer, então não vamos fazer isso ou aquilo porque não sabemos se determinado líder estará lá. Eu acho o oposto. Vamos aproveitar ao máximo as proximidades que temos e transformá-las em novos acordos.”
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