O itaporanguense Soares Madruga era deputado pelo Vale do Piancó. Toda vez que ia ao Sertão era um deus-nos-acuda do povo pedindo emprego.
Então, cansado de tanto peditório, fez uma combinação com seus assessores. Toda vez que chegasse uma pessoa pedindo emprego, o assessor perguntaria qual a área de trabalho, e então simularia uma ligação telefônica a alguma secretaria, perguntando se havia vagas naquela área e, evidentemente como era uma armação, cuidaria de encerrar a ligação lamentando que, para aquela função em específico, não tinha vaga. “Se fosse pra carpinteiro, era outra história, a gente tinha colocação”, encerrava.
Um dia, apareceu uma mocinha, filha de um correligionário. Disse que tinha o curso pedagógico e o assessor começou o teatro. “Que pena, se fosse pra contabilidade…” Ela, feliz: “Pois, eu tenho contabilidade também”. Ele: “Se você tivesse dito logo, pois eu liguei agora, e a vaga foi preenchida faz um minuto. Se fosse pra auxiliar de escritório…” Ela, novamente feliz: “Fiz o curso ano passado no Senai”. E puxou o documento. Ele: “Tá vendo como são as coisas? Se tivesse dito logo…”
Depois do sexto curso, Madruga, que estava ao lado, não se conteve e disparou: “Minha filha, você não serve pra trabalhar na política, não! É muito preparada…” (com Helder Moura)
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