quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Walber aponta vício de corrupção em venda de alimentos para presídio e se diz ‘espremido’ entre TCE e MP

O secretário de Administração Penitenciária, Walber Virgulino, reclamou nesta quarta-feira (18) do que considerou um “problema, e grande”, a compra de alimentos a fornecedores dos presídios. Virgulino contou que há um vício de corrupção no fornecimento de alimentação para os presídios, mas que recebeu determinação do governador Ricardo Coutinho (PSB) de “quebrar a perna desse povo”.
Segundo o secretário, o esquema acontece da seguinte forma: um fornecedor entra na licitação e ganha. Na primeira semana ele entra com instrumento pedindo realinhamento de preço, alegando que não pode cumprir o valor acordado já que o valor de mercado é acima. “Isso não existe. A empresa já ganha a licitação sabendo que não tem como cumprir”, indigna-se. Virgulino revelou ainda que essas empresas deixam para informar a Secretária próximo ao momento em que devem apresentar o alimento. “Desta forma ele força a Administração para receber essa carne no preço que ele quer. Estou com problema também no arroz e feijão”, explicou.
Outro caso apontado pelo secretário é uma empresa ganhar a licitação para fornecer óleo de cozinha e depois chegar dizendo que não tem o óleo Soya, por exemplo, mas tem outro que é melhor ainda. “Fornecedor é bonzinho para o estado?”, ironiza Walber. Ele explicou ainda que se sente espremido entre dois deveres e cobrado entre duas instâncias públicas, o Tribunal de Contas, em relação a lisura no processo licitatório, e o Ministério Público, em relação ao alimento que deve ser fornecido aos apenados. “O preso tem que comer e tenho que cumprir o que a ata diz. Ou eu me lasco no Tribunal de Contas ou no Ministério Público. Mas não vamos admitir esse tipo de extorsão”, finaliza. (com Paulo Dantas)

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