O papa Francisco ordenou pessoalmente a detenção de um ex-arcebispo e ex-embaixador da Santa Sé acusado de pedofilia, no final da tarde desta terça-feira (23). É o primeiro caso de prisão no Vaticano de algum suspeito de cometer o crime.
O polonês Jozef Wesolowski, 66 anos, foi representante diplomático da Igreja Católica (núncio) na República Dominicana de 2008 a 2013. No entanto, no ano passado ele foi de volta ao Vaticano, após terem surgido acusações na mídia do país caribenho de que ele teria cometido abuso sexual em crianças.
Em junho deste ano, Wesolowski foi destituído do cargo de arcebispo por um tribunal do Vaticano. Desde então, ele viveu dentro de um convento na cidade-estado. Segundo um porta-voz da Santa Sé, o polonês será mantido em prisão domiciliar no mesmo local devido à fragilidade de sua saúde.
É a primeira vez que um prelado (indivíduo de alto escalão) da Igreja Católica é preso dentro do Vaticano. Em Roma, ele aguardava o julgamento de sua solicitação de imunidade diplomática por parte da Justiça dominicana e da Polônia, onde nasceu. O arcebispo deve ir a julgamento no final deste ano também em um tribunal do próprio Vaticano. De acordo com o porta-voz papal, o padre italiano Federico Lombardi, o papa Francisco ordenou pessoalmente a prisão do prelado para que as acusações graves possam ser examinadas sem atraso.
Desde que foi escolhido para chefiar a Santa Sé, no ano passado, o pontífice argentino vem tentando estabelecer como uma das marcas de sua administração o combate às denúncias de pedofilia dentro da Igreja Católica.
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