terça-feira, 15 de maio de 2012

Coluna Histórias & Estórias: Chantagens e extorsões - por Júnior Gurgel

Deputado Teotônio Neto visita Piancó na Festa de Santo Antônio em 1971
Ex-Deputado Federal Teotônio Neto – do Vale do Piancó – viu o cavalo passar selado em sua porta, quando através de influência política, conseguiu ser o quotista da Paraíba do Trigo. Instalou o Moinho Cabedelo. Como o trigo era importado, cada Estado tinha um “concessionário” ou quotista, indicado pelo Governo Federal. A ascensão de Teotônio Neto foi rápida. O negócio do trigo era um “cartel”, que praticava preços uniformes em todo o Brasil, e com áreas determinadas e respeitadas. O quotista de Pernambuco, não poderia vender na Paraíba. Em pouco tempo, Teotônio Neto tornou-se milionário. Inteligente e com visão, fundou o Jornal Correio da Paraíba, a Rádio Correio da Paraíba; comprou grandes áreas de terras no Goiás, no interior da Paraíba; adquiriu inúmeros imóveis em João Pessoa, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília... Até que um dia resolveu – talvez por vaidade – ser chamado por “Excelência”. Comprou três mandatos de Deputado Federal. Abandonou seus negócios, para se tornar político. Foi roubado por seus funcionários, divorciou-se - perdendo a metade de seu patrimônio - e terminou sendo derrotado na quarta tentativa de voltar para a Câmara, pela mais absoluta falta de dinheiro. Vendeu tudo que tinha, perdeu outro tanto em ações trabalhistas,  e até bem pouco tempo vivia em seu silêncio – João Pessoa – esquecido, no ostracismo, totalmente fora do mundo, ruminando provavelmente suas recordações dos bons tempos, em que fora empresário respeitado na Paraíba. Pingolinha está certo: “foi uma besteira de rico”.

Júnior Gurgel - Jornalista

Nenhum comentário: