sábado, 15 de agosto de 2015

Primeira Audiência de Custódia foi realizada na PB com presença do presidente do Supemo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski.

A inauguração do projeto Audiência de Custódia na Paraíba motivou a visita do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Ricardo Lewandowski, ao Estado. “Estamos cumprindo a Constituição, respeitando a dignidade da pessoa humana”, declarou o ministro, que foi recepcionado pelo presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, e participou, na tarde desta sexta-feira (14) da realização da primeira audiência de custódia, no Fórum Criminal da Capital.
A audiência de custódia tem como finalidade analisar processos, que dizem respeito a crimes de menor potencial ofensivo, de presos provisórios que são autuados em flagrante e apresentados a um juiz plantonista. O presidente do STF afirmou que o projeto, que já é uma realidade em outros estados, é um método alternativo para resoluções e celeridade dos processos. “E muito mais importante do que isto, é um grande passo civilizatório, previsto no Pacto São José da Costa Rica, assinado em 1992, que exige que qualquer cidadão preso seja apresentado imediatamente a uma autoridade judicial”, destacou.
O projeto prevê ainda uma economia de mais de R$ 4 bilhões anualmente para o país. “Considerando que um preso custa cerca de R$ 3 mil por mês aos cofres públicos, com a realização das audiências de custódia, pretendemos deixar de prender, até o final deste anos, de 120 a 125 mil pessoas, que não oferecem perigo à sociedade”, concluiu o chefe do Supremo Tribunal Federal.
O presidente do TJPB, desembargador Marcos Cavalcanti, que descerrou, juntamente com o ministro Lewandowski e com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, a placa da sala onde foi realizada a primeira audiência, destacou a celeridade processual que o projeto trará para o Judiciário estadual. “Em cinco minutos o assunto foi resolvido. A curto tempo, a economia de tempo que as audiências acarretarão para a tramitação processual é gigantesca. A longo prazo, a economia financeira prevista com a adesão desse projeto é inacreditável”, frisou.
Dados do Conselho Nacional de Justiça apontam que a média de presos provisórios no país é de 42%. Na Paraíba, de acordo com o último levantamento realizado este ano pelo Governo do Estado,o índice de presos provisórios supera os 38%.

Pioneira – A primeira audiência de custódia na Paraíba foi realizada pela juíza Hygina Josita Simões de Almeida, que faz parte do grupo gestor do projeto. O caso julgado foi de Kenio Raniel dos Santos, acusado de esconder arma de fogo no telhado de sua residência. Kenio Raniel tinha bons antecedentes, era réu primário e já havia assinado a carteira, estando há cerca de um ano desempregado. O réu foi absolvido por unanimidade pelos representantes do Ministério Público, Defensoria Pública e pela própria juíza Hygina Simões.
A juíza Hygina Simões ressaltou que o trabalho da audiência de custódia não consiste em apenas “soltar preso”, e sim que a partir dessa ação os presos terão um tratamento mais humano. “Se o crime for de menor potencial ofensivo e se, como nesse caso, o preso não oferecer risco à sociedade, ele vai ter outra chance para ser reintegrado à comunidade. Isso não significa que ele não vai responder a um processo, mas que ele vai poder responder por esse crime livre”, finalizou.

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