sexta-feira, 9 de abril de 2021

Cotado para presidência da OAB-PB, Raoni Vita diz que é um soldado da classe e critica 'letargia' da atual gestão: "nunca se viu tantos abusos contra a advocacia"

As próximas eleições para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB) estão próximas e os possíveis candidatos já começam a aparecer entre os advogados. 

Em pesquisa recente divulgada pelo ClickPB, o advogado Raoni Vita, natural de Piancó, aparece como um dos mais cotados para a disputa à presidência da OAB-PB, lembrado juntamente com  Harrison Targino e Maria Cristina Santiago. Reeleito em 2018, o mandato do advogado Paulo Maia como presidente da OAB-PB segue até 2021, totalizando três anos.

Em entrevista ao ClickPB, Raoni afirmou que recebeu a pesquisa com muita felicidade e se sentindo lisonjeado. Ele ainda fez questão de reiterar seu compromisso com a Ordem e destacou que: "sou um soldado da classe e estou sempre à disposição para servi-la".

Ele também observa que a classe dos advogados paraibanos quer uma mudança real nos rumos comandados pela OAB-PB. De acordo com Raoni Vita, a atual gestão passa por "um estado permanente de letargia", sem perspectiva de melhorar. Em seu entendimento, a mudança precisa ser urgente para auxiliar os colegas advogados, principalmente neste momento, em que muitos atravessam dificuldades em razão da pandemia.

Raoni Vita também avaliou a construção da “Cidade da Advocacia”, nova sede do Conselho Seccional como fora da realidade atual, tendo em vista as dificuldades da categoria em plena pandemia de covid-19. 

Confira a entrevista completa:

Sobre seu nome surgir liderando pesquisa de opinião para a sucessão na Presidência da OAB

Raoni Vita: Recebi lisonjeado essa informação. Sempre é motivo de felicidade ser lembrado pela advocacia como um representante da classe, principalmente quando há tantos quadros importantes. Reitero o meu compromisso com a mudança de rumos na OAB. Sou um soldado da classe e estou sempre à disposição para servi-la.

Quanto a possibilidade do atual presidente Paulo Maia tentar um terceiro mandato

Raoni Vita: Vivemos num momento da história no qual se observam convergências na sociedade civil a partir de exigências que reclamam mais diversidade, inclusão, emancipação e participação. A paridade de gênero nas eleições da OAB é um reflexo deste movimento. Essas evidências corroboram a expansão da democracia e o combate a problemas estruturantes do país. Feita esta contextualização, vejo como um absurdo descompasso sequer cogitar uma pessoa ocupar um mesmo cargo executivo pela terceira vez. A própria Constituição Federal veda esse tipo de prática. A nossa classe, defensora de primeira hora da democracia, não aceitaria uma atitude que fere de morte o compromisso histórico desta instituição com os valores fundamentais da nossa sociedade.

Sobre a aquisição pela OAB de um terreno de 6.800 m², no bairro do Altiplano, por um valor de R$ 4,3 milhões, com recursos do Conselho Federal, para construção da “Cidade da Advocacia”, nova sede do Conselho Seccional

Raoni Vita: A cidade da OAB, como a própria expressão sugere, mostra o alheamento da atual gestão com a realidade da advocacia paraibana. Parece-me que essas pessoas vivem num mundo de fantasia, completamente descolado dos desafios que a nossa classe enfrenta, o que resultou nesse completo desastre que sequer foi debatido com os advogados. Enfatizo este ponto – não houve discussão sobre a melhor opção de compra, sequer o Conselho Estadual foi consultado previamente. As inúmeras restrições para a construção naquele terreno também parecem ter sido esquecidas pela atual gestão. Isto tudo não fosse suficiente, pagar uma cifra absurdamente alta, de vários milhões de reais, quando muitos colegas advogados e advogadas não conseguem obter os meios necessários para seguir trabalhando, é a demonstração de que a mudança não pode mais esperar.

O que pensa sobre o apoio institucional da OAB para a advocacia paraibana durante a pandemia

Raoni Vita: Inexistente. É um jogo fumaça. Tudo sempre se resume a retórica em redes sociais para tentar esconder sua ineficiência. A atual gestão da OAB, embalada pelas fantasias dos seus gestores, mantém-se em descompasso com a realidade, promovendo coisas desconexas sem benefícios para a classe, cobrando com rigor as anuidades e inclusive antecipando o vencimento delas, quando deveria reduzir seu valor neste ano tão difícil. A advocacia esperava a presença da OAB como instituição que promovesse a valorização da classe e garantisse o exercício digno da profissão. Definitivamente, não é isto que se observa.

Avaliação da gestão do atual presidente Paulo Maia

Raoni Vita: Se eu chamasse a atual gestão de desastrosa não estaria sendo fiel com a realidade, porque desastre é um acidente, uma irregularidade na trajetória. O que se vê na OAB da Paraíba é mais profundo, trata-se de um estado permanente de letargia. Isso mesmo, inconsciência, inércia, incapacidade de reagir e fazer frente às dificuldades que a classe está enfrentando. Nunca se viu tantos abusos contra a advocacia. Os Poderes sequer têm levado com seriedade a instituição. Redução de horário de funcionamento dos fóruns, cartórios unificados, paralização das audiências de custódia, custas judiciais estratosféricas, desinstalação das comarcas, varas vagas sem juízes há anos, pouquíssimos servidores nos cartórios. Uma perda atrás da outra. Por isso, o sentimento de mudança é tão forte no estado. É um desejo compartilhado pela advocacia – ver novamente a OAB ativa e atuante.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

João Azevedo exonera coronel PM Anderson, citado na Operação Calvário, da chefia da Casa Militar do Governador

O coronel da Polícia Militar, Anderson Henriques Benevides Pessoa, foi exonerado da chefia da Casa Militar do Governador. A exoneração do coronel foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (07). O Tenente Coronel Marcelo Tadeu Rodrigues Lima foi nomeado para assumir o cargo. 

A exoneração do coronel acontece após o mesmo ser citado em trechos de delação da Operação Calvário, que aponta a sua participação no recebimento de propina, durante o governo de Ricardo Coutinho. O coronel foi nomeado como Subcomandante de Policiamento Regional da Polícia Militar.