Em sua convenção nacional, o PSDB revelou-se um partido a caminho do rio. Cuida para não tirar os sapatos antes de chegar à margem. Mas, tomado pelos discursos, não parece se dirigir ao Rubicão para pescar. Fernando Henrique Cardoso resumiu a cena assim:
“Nós não somos os donos, nesse momento, do que vai acontecer nas semanas seguintes, nem nos meses seguintes. Nós somos donos de nós próprios, da nossa consciência… E estamos prontos, sim, dependendo das circunstâncias, para assumir o que vier pela frente, porque o PSDB sabe governar.”
A alta cúpula do PMDB procurou partidos de oposição, como o PSDB, para uma “consulta” que ilustra o declínio do governo Dilma: sondam sobre a posse, em definitivo, do vice Michel Temer. Tucanos reagiram bem: “melhor do que está agora”, disse um cacique. Peemedebistas já argumentam abertamente que o atual governo do PT “acabou” e que o País precisa encontrar uma saída para a crise de governabilidade.
Com as sondagens, o PMDB pretende blindar Michel Temer diante de eventual impeachment de Dilma ou mesmo se ela renunciar ao cargo. O argumento é que Dilma pode cair por impeachment ou renúncia. “É uma absoluta inaptidão para governar”, diz um alto cacique do PMDB. Dilma pode sair do cargo pela via judicial: ministros do TSE avaliam denúncia de financiamento de sua campanha com dinheiro roubado. O rompimento do PMDB com o PT, defendido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pode ser a “pá de cal” do governo Dilma.
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