quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Sobrinha de Fernando Cunha Lima revela ter sido também abusada pelo médico há 30 anos

A sobrinha do médico pediatra de 80 anos, alvo de investigação da Polícia Civil da Paraíba por estupro de vulnerável em João Pessoa, revelou nesta quarta-feira (7) que também foi abusada sexualmente por Fernando Cunha Lima.
O médico, de 80 anos, é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra Infância pela suspeita de abusar uma menina de nove anos dentro de seu próprio consultório médico no dia 25 de julho, em João Pessoa. Após a consulta, a mãe da vítima foi até uma unidade da Polícia Civil onde foi registrado o Boletim de Ocorrência com a denúncia.
No caso da própria sobrinha o crime ocorreu em 1991 quando Gabriela tinha 9 anos, a mesma idade da criança violentada recentemente e objeto de apuração da Polícia. A revelação de Gabriela foi feita em entrevista a repórter Jaceline Marques, da TV Correio.
“A gente frequentava a casa dele, veraneava. Em um desses dias, ele me acordou. Eu dormia no quarto da filha dele. Eu lembro que ele tinha voltado para almoçar. Ele ficou brincando comigo, dizendo que eu tinha acordado de madrugada com saudades do meus pais. Eu fiquei sem entender, porque não lembrava de ter acordado de madrugada. Quando foi mais tarde, todo mundo desceu e ele me chamou no quarto”, relatou", relata Gabriela Cunha Lima, hoje com 41 anos.
“Ele [Fernando Cunha Lima] abaixou a calça e pediu para eu colocar as mãos nos órgãos dele, ficar fazendo movimento. Ele pediu para eu baixar a minha calça e colocou nas minhas partes e pediu segredo”. Segundo Gabriela, a família foi comunicada do crime. À época, o pai da vítima chegou a procurar Fernando para “acertar as contas”, mas não encontrou o pediatra, pois ele estava viajando.
“Ele [pai de Fernanda] simplesmente saiu. A gente ficou sem saber. Mainha ligou para os outros irmãos e depois painho retorna. Ele tinha procurado o pedófilo para matá-lo, mas ele [Fernando] estava viajando. Ele não morreu porque estava viajando”, descreveu.
Gabriela se diz arrependida de não ter feito a denúncia antes. Ela relatou que quando buscou as autoridades, já era tarde. “Eu me sinto, por mais que toto mundo diga que não, eu me sinto culpada por não ter feito a denúncia antes. Não poderia ter feito a denúncia em 1993, porque eu era uma criança. Essa denúncia tem um tempo para ser feita. A partir dos 18 anos eu poderia ter feito essa denúncia. Quando eu fui denunciar já era tarde, eu já estava com 41 anos”, disse.
O superintendente da Polícia Civil, Cristiano Santana, informou que o profissional é investigado pelo crime de estupro de vulnerável, mais especificamente por um ato que foi denunciado, como atos libidinosos diversos da conjunção carnal, por apalpar ou até pela introdução de dedos ou mãos nas partes íntimas.
“O médico foi ouvido, a delegada que preside a investigação iniciou o interrogatório na última semana, mas foi suspenso por alegações de ordem médica, de saúde. O interrogado não estaria com condições de continuar até o término do interrogatório, ato que seguirá ao decorrer da semana. Além do interrogatório, outras diligências foram feitas pelas equipes, inclusive já comunicadas ao judiciário”, afirmou o superintendente.
Hoje, Fernando deve ser ouvida pela Polícia Civil da Paraíba. Veja, abaixo, o depoimento dela:

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