quarta-feira, 24 de março de 2021

Fiocruz recomenda lockdown e toque de recolher de 14 dias em 25 estados e no DF diante do nível crítico de ocupação de U.T.I

O nível crítico de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 em 25 estados e no Distrito Federal fez a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendar a essas unidades da Federação a adoção de medidas urgentes de bloqueio para conter a crise sanitária e o colapso do sistema de saúde, como lockdown e toque de recolher.

Um boletim sobre a doença elaborado por pesquisadores da Fiocruz e divulgado nesta terça-feira (23/3) alerta que, à exceção de Amazonas e Roraima, todos os outros entes federativos estão com mais de 80% dos leitos ocupados. Os números mais alarmantes são os das regiões Sul e Centro-Oeste, em que todos os estados e o Distrito Federal estão com taxas superiores a 96%.

No Mato Grosso do Sul, em especial, o valor é de 106%. Segundo a Fiocruz, isso indica o uso de leitos não habilitados para covid-19 no atendimento da demanda imposta ao sistema de saúde pela enfermidade.

Os números elevados, de acordo com os pesquisadores, "retratam o colapso do sistema de saúde para o atendimento de pacientes que requerem cuidados complexos para a covid-19, além de prejuízos imensuráveis no atendimento de pacientes que demandam cuidados em razão de outros problemas de saúde".

Os cientistas ressaltam que "medidas rigorosas para o controle e prevenção da doença, que começam a ser adotadas no país, são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, mitigando efeitos sobre o sistema de saúde e, especialmente, poupando vidas".

"Neste momento de crise é urgente a adoção rigorosa das medidas de bloqueio da transmissão na quase totalidade dos estados e capitais que se encontram na zona de alerta crítica, bem como nos municípios que integram regiões de saúde onde há altas taxas de ocupação de leitos UTI covid-19", diz o documento da Fiocruz.

A instituição pede a adoção de medidas de bloqueio ou lockdown, com restrição das atividades não essenciais por cerca de 14 dias. Segundo a Fiocruz, esse é o tempo mínimo necessário para redução significativa das taxas de transmissão e número de casos e redução das pressões sobre o sistema de saúde.

A Fiocruz defende um toque de recolher em todo país a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana, o fechamento de praias e bares, a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação e a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público, quanto no privado.

com CorreioBraziliense

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