terça-feira, 13 de dezembro de 2022

José Silvino, um dos grandes baluartes da Paraíba, recebe merecida homenagem do Sistema Confea/Crea pelos relevantes serviços prestados ao país; conheça um pouco de sua magnífica trajetória de vida...

Em Sessão Especial da Assembleia Legislativa, ontem (12), presença de colegas, familiares, amigos, deputado, o Sistema Confea/Crea/Mútua (Conselho Federal de Engenharia) fez justa e merecida homenagem a um dos grandes profissionais do setor e homens públicos que Itaporanga e a Paraíba exportaram para Brasil/mundo: Doutor José Silvino Sobrinho (86 anos). Engenheiro civil, ele recebeu a Medalha do Mérito pelos relevantes serviços prestados à Nação. A sessão foi presidida pelo deputado Raniery Paulino; sendo a honraria entregue pelas mãos do Presidente Federal do CONFEA, Joel Krüger; do Presidente do CREA-PB, Hugo Paiva; e da Coordenadora Nacional de Ética do CONFEA, Carmem Eleonora.

Motivo de orgulho para os itaporanguense pela trajetória de vida desse filho ilustre, querido por todos. José Silvino é um dos grandes baluartes da 'Rainha do Vale', da qual foi seu 23º Prefeito (Gestão 1993 a 1996), abnegado incentivador que jamais mediu esforço para progresso de sua terra. Formado pela Escola Politécnica da Paraíba (atual UFPB), em 1962, fez mestrado na PUC/RJ e pós-graduação em construção de estrada na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e doutorado em planejamento de sistema na Universidade de Kyoto, no Japão.  

Iniciou a vida profissional como engenheiro do DER-PB, em 1963, mesmo ano que passou a servir ao DNOCS. A partir de então foi professor titular do Campus II da UEPB, diretor da Escola Politécnica da UFPB e diretor do Campus II da UEPB. Foi secretário municipal de Obras e Planejamento de Campina Grande  (Gestão Enivaldo Ribeiro, de 1977 a 1983), secretário de Estado do Planejamento, Transporte e Obras, e, ainda, de Recursos Hídricos da Paraíba. 

Um fato interessante na trajetória de José Silvino foi imprimir em Campina Grande uma visão futurista na estrutura logística da cidade como conhecemos hoje (já se vão 40 anos). Era um dos "cabeças" da equipe técnica da então gestão municipal vinda da universidade. Antes disso, Silvino foi alcançado lá em Kyoto, no Japão, pelos generais para servir ao seu país. 

Na década de 1970, os generais (Governo Militar) resolveram buscar nas nossas Universidades Públicas, seus melhores e mais talentosos alunos, e por mérito, convidaram-nos para ocupar todos os cargos do governo. Um processo exitoso, que fez o Brasil elevar seu PIB em até 15% em um ano, perdurou por doze anos, encerrando no final do mandato do presidente general Ernesto Geisel.

Um gênio de Campina Grande: Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, diretor Escola Politénica, transformando-a na FURNE, modelo para o Nordeste, ideia chegou ao Palácio do Planalto. Imediatamente o convidaram para assumir a Reitoria da UFPB. Seu Chefe de Gabinete era o ex-governador Tarcísio Buriti. Um ano depois, foi "catapultado" para ocupar o ambicioso Departamento de Assuntos Acadêmicos (no MEC), disputado à tapas pelos meios acadêmicos do eixo Rio/São Paulo.

Linaldo convenceu o presidente Médici a descumprir o acordo firmado entre Brasil/EUA, denominado MEC/USAID (1968) que extinguia e proibia a Universidade Pública e Gratuita. Ele fez um belo projeto contando com a colaboração da maioria de seus amigos da Paraíba: Luís Almeida, Atila Almeida, José Silvino, Edvaldo do Ó, Stenio e seu filho Marcelo Figueiredo, Lopes de Andrade... A ideia, aprovada por Médici com brigas colossais nos quartéis, ao invés de privatizar as Universidades seria feito a "Expansão Universitária": uma Universidade Pública em cada Estado. Criou o intercâmbio (hoje fracassado Ciências Sem Fronteiras) e foi escolhido para tarefa de criar o CNPQ (governo Geisel). E o itaporanguense José Silvino ali no meio como um dos "cabeças" nessa expansão das universidades. Isso é magnífico. 

Foi por sugestão de José Silvino que o então prefeito Enivaldo Ribeiro criou, fim da década de 1970, a URBEMA (Empresa Municipal de Urbanização da Borborema), ainda ativa. Sabem a importância e razões da existência desta autarquia municipal campinense? Simplesmente a ideia foi criar uma "Usina" de projetos para consolidar a Região Metropolitana da Rainha da Borborema. Visão futurista.

Tinha autonomia tanto para projetar obras, como executa-las ou terceiriza-las. A necessidade se impôs, após as conquistas (hoje bilionárias) dos projetos CURA I,II e III. A cidade não tinha empreiteiras para realizar um gigantesco volume de obras. A URBEMA, poderia participar da execução. Por outro lado,  seria extensão de apoio a CONDECA (Companhia Pró-Desenvolvimento Campina Grande). 

Qual o resultado? Campina Grande hoje (40 anos depois) é uma das raras cidades do país, que não tem déficit habitacional, mesmo se aproximando de meio milhão de habitantes. Para sua dimensão, pode e deve exibir com vaidade, seu sofisticado sistema de “mobilidade urbana”, que permite o cidadão de onde esteja - bairros norte/sul/leste/oeste - chegar ao centro ou outro destino qualquer, sem engarrafamentos, no tempo mínimo de 15 minutos. Modelo extraordinário que teve origem no Plano Diretor concebido por José Silvino e o arquiteto pernambucano Renato Azevedo, gestão Enivaldo Ribeiro. 

A CONDECA era presidida por Marcos Ribeiro (primo de Enivaldo), cedido pela Telpa, escola do competente engenheiro Alemão Jost Van Damme…Nos primeiros seis meses de governo todas as rotas de transportes Coletivos da cidade estavam sendo asfaltadas. Uma surpresa inacreditável para população, que só via asfalto na Praça da Bandeira. O “gargalo” da antiga “Volta de Zé Leal” – entrada de Campina Grande por Bodocongó – tinha sido extinto. A Av. Floriano Peixoto, estava atravessando o Açude Novo, cortando a Rua da Independência e rumando em busca do hoje Hospital de Traumas. Foi projetada por Renato e Silvino para ser a maior Avenida da Paraíba.

Graças a Rento e Silvino, a CONDECA, trouxe à Campina Grande Robert McNamara, ex-secretário de Defesa dos presidentes americanos Kennedy e Lyndon Johnson, então presidente do BIRD, para doar U$ 22 milhões de dólares. Investimento destinado a financiamento de projetos arquitetônicos e de infraestrutura da Rainha da Borborema. Destaque: estes recursos só poderiam ser aplicados em Capitais. Todas concorreram. Recebia quem apresentasse o melhor projeto. Campina só entrou, por conta da CONDECA, que era uma empresa voltada para captar recursos com vistas a projetos de infraestrutura para se fortalecer como cidade polo regional. Foi a vencedora.

Depois, José Silvino foi para o Governo da Paraíba, chegando à Secretário de Estado, realizou várias obras estruturantes: construção de estradas, expansão de compus universitário, etc... tendo como marca o Projeto Canaã - construção de 96 barragens - que ainda hoje salva os paraibanos da seca. Foi responsável pela expansão do Aeroporto Castro Pinto, em João Pessoa, a construção do terminal rodoviário de João Pessoa, planejou e implantou o terminal rodoviário de Campina Grande.

Depois, foi um dos grandes prefeitos de Itaporanga até os dias atuais festejado pela população, em especial a mais carente, por quem tanto trabalhou. Tem currículo invejável com um grande legado de construções e realizações, privilégio para poucos. Filho ilustre da 'Rainha do Vale', é um dos grandes homens públicos da Paraíba.

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