domingo, 21 de novembro de 2010

Ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina afirma que sofreu preconceito por ser mulher

Erundina esteve em Itaporanga durante comício de Ricardo
A escalada ao poder não foi fácil para as primeiras brasileiras que decidiram se aventurar na política. Mulheres pioneiras dizem que sofreram todo tipo de preconceito quando assumiram cargos que até então só haviam sido ocupados por homens.
Reportagem da Folha de São Paulo ouviu Eunice Michiles (primeira senadora do país), Iolanda Fleming (primeira governadora), Luiza Erundina (primeira prefeita de São Paulo), Maria Luiza Fontenele (primeira prefeita de uma capital brasileira) e Roseana Sarney (primeira governadora eleita).
Ao chegar ao poder, parte delas se deparou com o preconceito velado. Outras sofreram discriminação aberta. A deputada Luiza Erundina, 75 anos, foi eleita primeira prefeita da maior cidade do país, São Paulo, em 1989, pelo PT. Luiza Erundina, 75, eleita para a Prefeitura de São Paulo em 1988, relata preconceito por ser nordestina e do PT. "Só faltava eu ser negra para completar. Uma vez, até recebi uma carta com vários xingamentos e com fezes dentro", afirma Erundina, reeleita deputada federal pelo PSB.
Ela conta que, quando assumiu a prefeitura, em 1989, eram frequentes as ameaças de bomba na sede.
Oito décadas separam a eleição de Dilma Rousseff (PT) e a de Alzira Soriano, a primeira eleita no Brasil. Alzira elegeu-se prefeita de Lages (RN) em 1929, beneficiada pela legislação do Estado, que permitia às mulheres votar e se candidatar --apenas em 1932 isso passou a valer no resto do país.
Parte das pioneiras na política afirma que Dilma terá de imprimir sua marca. "Isso ela fará, porque as mulheres têm um jeito próprio de governar", diz Erundina. Para Eunice Michiles, "ela é uma mulher de pulso, tem qualidades, mas ser mulher não é atestado de capacidade". 
da Folha

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