quarta-feira, 26 de junho de 2019

Vídeo: ”Vamos soltar áudio quando o material estiver publicado”, diz Greenwald na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Ao ser desafiado pela parlamentar Carla Zambelli (PSL) durante a audiência na comissão a mostrar provas sobre a autenticidade das mensagens publicadas sobre Moro e Dallagnol, o jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, afirmou durante a audiência na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados que divulgará áudios. “Vamos soltar áudio quando o material estiver publicado e vai se arrepender muito de pedir”, respondeu à deputada.
“Abrimos o acesso ao material. Convidamos outros jornalistas de outras ideologias para reportar junto conosco. Todos os jornalistas concluíram que o material tem integridade total e não há sinal de que foi alterado. Por que partilhar com outros veículos se estivesse planejando qualquer outra coisa? Se não mostramos provas, por que outros jornais que apoiavam Moro o tempo todo leram as reportagens e disseram que ele deveria renunciar como ministro e que Deltan deve ser afastado? Se não mostramos evidências, porque todos os apoiadores o estão abandonando?”, questionou.
Glenn reage após deputado chamar seu marido de parceiro sexual: ‘Homofobia’. Ele ainda citou a reportagem da Folha publicada no domingo, como um trabalho conjunto com o The Intercept e disse que o conteúdo incluiu além das mensagens, vídeos, áudios e documentos. Durante a comissão, a ausência de Moro e a viagem ao EUA foi questionada. Greenwald mandou ainda uma mensagem para o ministro:
“Ninguém tem medo dessa táticas. Temos uma redação cheia de jornalistas brasileiros que estão ouvindo essas ameaças e continuam reportando. É exatamente isso o que eles vão continuar fazendo. Se sou criminoso e cometi crimes graves, onde está sua evidência? Volto a repetir. Poderia sair a qualquer momento do país, mas não vou. Moro não tem evidência e esse país tem constituição que garante a liberdade da imprensa”
Ao ser questionado pela bancada do PSL sobre uma possível entrega dos material para perícia, Glenn rebateu afirmando que o material somente será entregue após a publicação. “Não vamos entregar nosso material para perícia antes de publicar, muito menos para a PF controlada por Moro”, enfatizou.
O jornalista classificou de chocante o suposto conluio entre o ex-juiz Sergio Moro, segundo ele, se fosse nos Estados Unidos, Moro teria sido afastado da magistratura e, depois, não poderia nem mesmo advogar. Nos Estados Unidos (a colaboração secreta entre juiz e procurador) é impensável. Se um juiz fizesse uma única vez lá o que Sergio Moro fez aqui durante cinco anos ele perderia o cargo e seria proibido de advogar.
Greenwald reconheceu que Moro fez boas ações enquanto juiz, mas criticou modo de agir do ministro. “Elogio o trabalho da Lava Jato, defendi. Sou a favor da luta contra a corrupção, mas isso não significa que tem o direito de quebrar a lei, ser corrupto e quebrar o código de ética. Os fins não justificam os meios que ele usou”. Assista o vídeo abaixo:
Redação com Correio Brasiliense

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