Indicação de Tiago Faierstein, feita por Hugo Motta, para presidência da Anac gera apreensão no setor aéreo

Tem gerado muita apreensão no setor aéreo a indicação do engenheiro Tiago Faierstein para o cargo de diretor-presidente da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) gerou apreensão no setor aéreo. Ele foi indicado pelo futuro presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REP). A relação de 17 indicações para cargos de direção em nove agências reguladoras foi encaminha pelo presidente Lula ao Senado, na última segunda-feira (16).  

O Republicanos comanda o Ministério dos Portos e Aeroportos com o Silvio Costa Filho. Formado em engenharia pela UFPE, Faierstein - praticante de aeromodelismo - é atual diretor comercial da Infraero, que controla apenas o aeroporto Santos Dumont e pequenos terminais regionais.  Antes disso, gerente negócios da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A escolha de seu nome para ANAC foi recebida com desconfiança, por empresas aéreas. A legislação que rege as agências reguladoras exige dez anos de experiência em áreas relacionadas para a diretoria, o que levanta questionamentos sobre a qualificação de Faierstein. 

Além de Faierstein, também foi indicado o Brigadeiro do Ar Rui Chagas Mesquita para a diretoria da ANAC. Mesquita, que já foi ajudante de ordens de Lula, representa a cota do presidente. Essa é a primeira vez que dois brigadeiros ocupam a diretoria da ANAC, que foi criada em 2005 para substituir o Departamento de Aviação Civil (DAC). O brigadeiro Luiz Ricardo de Souza Nascimento, que já faz parte da diretoria, possui experiência técnica no setor, ao contrário de Mesquita.

A ANAC, uma agência civil, frequentemente conta com oficiais da reserva da Aeronáutica em seus quadros técnicos. A presença de dois brigadeiros na diretoria pode sinalizar uma mudança na abordagem da agência, que tem a responsabilidade de regular e certificar a aviação civil no Brasil. A confirmação das indicações depende agora da aprovação do Congresso. (com Folha de S. Paulo)