Num jogo de paciência e cálculo milimétrico a disputa pelo governo na Paraíba será decidida em três tabuleiros fundamentais: João Pessoa, Campina Grande e Sertão. A polarização parece inevitável entre o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e o prefeito Cícero Lucena (MDB), com o grupo Cunha Lima que deixou o 'foguete' de Efraim Filho (UB) sem combustível.
Nesse xadrez, três ativos são determinante para a vitória. Na oposição, Cícero necessita de Pedro Cunha Lima na vice para furar o teto de 30% (pesquisas) e ir ao segundo turno. Pela situação, Lucas com Efraim Pai (Veja) ou o pastor Sérgio Queiroz (Veja), como vice, resolve João Pessoa e a eleição estadual. O apoio de ambos somando com Ruy Carneiro é xeque-mate.
No Sertão, os apoios já estão consolidados com a estrutura do governo que garantiu a vitória de João Azevêdo (2022), mesmo perdendo na capital. A chapa Cícero/Pedro faz de Lucas o único representante de Campina na disputa surgindo fenômeno do campinismo a beneficiá-lo como aconteceu com Cássio Cunha Lima (2002 e 2006) ao compensar a desvantagem na capital, com eleitorado bem maior.
É uma característica sui generis: sentimento de pertencimento, identidade e apego aos símbolos locais - inclusive os políticos. Um trunfo a ser explorado por Lucas em seu berço político. No segundo turno de 2022, João Azevêdo obteve apenas 32% dos votos em Campina. Lucas conseguindo, no mínimo, empatar na cidade, será uma vitória significativa, capaz de influenciar o resultado estadual.
Já na capital dois ativos impulsionariam Lucas para bater Cícero. Com Efraim Pai ganha-se um jogador profissional com capilaridade no contato com a classe política estado adentro. Clã Morais tem 15 prefeitos em sua base própria. Com o pastor Sérgio Queiroz ganha-se uma liderança de proa para caminhar sem adversários no segmento evangélico/conservador estado adentro. Nesse caso, Efraim Pai poderia ser suplente de Nabor, na disputa ao Senado.
Campeão de votos (2022) na disputa ao Senado na capital, pastor daria agora resposta à altura pela falta de reciprocidade do grupo Cunha Lima (2024) pelo apoio dado à Pedro quando passou de quarto lugar (1º turno) para vitorioso (2º turno) naquela eleição na capital. Ao levar o pesado e impopular Marcelo Queiroga ao segundo turno (2024), Sérgio Queiroz mostra que mantém um espólio fiel na capital.
Ou seja, abre-se aqui um desafio e também a maior oportunidade. A questão nacional não preocupa. O apoio de Lula nunca foi garantia de vitória na Paraíba. Tem eleitorado fiel, mas à ele próprio. O mais recente exemplo foi o desastre vergonhoso de Veneziano (2022) amargando o quarto lugar.
Enfim, a escolha do vice certo é o ponto estratégico diante da necessidade de construir competitividade e representação regional. Cada peça avança calculando não apenas o adversário à frente, mas também o aliado ao lado. Mais do que nome forte, é preciso um perfil que represente estabilidade, continuidade e viabilidade eleitoral. No caso de Sérgio Queiroz, basta deixá-lo em 'peregrinação' pelo segmento cristão e conservador, enquanto, Lucas, João, Nabor, Aguinaldo, Hugo, Daniella e cia focam na classe política.
Com presença marcante, forte atuação, imprimindo o próprio estilo, com altivez e elegância, Lucas Ribeiro tem se firmado como símbolo não da nova política, mas da boa política. Carismático, bastante solicito, encarna a figura central de um movimento (mundial) onde os eleitores buscam rejuvenescer a política, independente da ideologia desses jovens, que defendem muitas vezes bandeiras diferentes.
Sereno e sensato, sem sombras de dúvidas, se consolida como um dos líderes dessa nova geração. Com um vice certo resolvendo a praça de João Pessoa dará o xeque-mate na eleição estadual.

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