Mais um capítulo na pendenga entre o governador Ricardo Coutinho e a
reitora Marlene Alves (UEPB). Depois que o governador acusou a sua
gestão de formar uma casta e se apropriar, indevidamente, de recursos
da Universidade, Marlene distribuiu uma carta aberta, rebatendo as
acusações.
Seguem alguns trechos: “Sou gestora da UEPB, sou responsável pelos
recursos públicos que a UEPB recebe para cumprir sua função social… A
acusação, as insinuações de má utilização destes recursos, feitas pela
maior autoridade do Estado, o Governador Ricardo Coutinho, têm que ser
apuradas… Devemos sentir vergonha do cinismo, da manipulação, da
mentira.”
Adiante: “Não da forma como o Governo quer fazer, como se fosse um
jogo no qual quem tem a maior, melhor ou mais belicosa torcida vence…
Recentemente, a Secretária de Finanças do Estado disse na imprensa que
eu tinha me apropriado, de forma criminosa, de 15 milhões de reais.
Muito em breve, através de uma ação judicial que impetramos, saberemos
quem cometeu um crime: roubo ou calúnia.”
Durante uma solenidade, semana passada, no Espaço Cultural, para
posse de professores da rede estadual, o governador acusou a reitora de
formar uma casta para gastar R$ 18 milhões da Universidade, sem prestar
contas da aplicação desses recursos. Foi um dos pontos que mais
irritaram a reitora da UEPB.
Rebateu em sua carta: “Fomos agredidos, fomos classificados como uma
Casta usurpadora do dinheiro público, como se nosso trabalho não
existisse… Temos sido atacados de forma violenta cotidianamente e esta
violência da qual hoje somos alvo poderá ocorrer, no futuro, contra
qualquer um que ousar não aceitar as determinações daqueles que, a
partir dos seus julgamentos de valores, consideram nosso trabalho
irrelevante.”
Acrescentou: “Se nossos colegas que estavam tomando posse
sentiram-se ofendidos, pedimos nossas mais sinceras desculpas…
Estaremos sempre juntos, porque somos todos trabalhadores em educação…
Devemos sentir vergonha do cinismo, da manipulação, da mentira… Sou
gestora da UEPB, sou responsável pelos recursos públicos que a UEPB
recebe para cumprir sua função social.”
E avisou: “Diante da baixa estatura do pensamento oficial, devemos
nos calar? Minha resposta é NÃO. Devemos continuar lutando.” Ou seja,
pelo visto, a luta está apenas começando.
Com HelderMoura
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