Com o propósito de não apenas congregar realizadores do cinema, mas dar visibilidade à produção e estimular o consumo do audiovisual no Sertão, o Curta Coremas começa oficialmente nesta quinta-feira (30), com workshops, mostras competitivas e uma programação voltada especialmente para o público infantojuvenil. A cerimônia começa às 19h, no auditório do Colégio e Cursos Santa Rita de Cássia, em Coremas.
Dentre os curtas-metragens paraibanos selecionados, destaca-se a predominância de produções sertanejas, de municípios como Sousa, Patos e Catolé do Rocha. Já a mostra nacional traz filmes de São Paulo, Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre outros. Ao todo, foram selecionados 36 filmes, distribuídos pelas mostras Mãe D’Água (filmes paraibanos), Panorama Brasil (filmes nacionais), Rio Turbinas (com filmes curtíssimos) e Infantojuvenil.
“A mostra pras crianças e adolescentes é algo que construímos com muito carinho”, salienta Kennel Rógis, diretor geral do festival. “Levar cinema às novas gerações é acreditar que além de uma ação educativa, essas pessoas poderão crescer tendo a oportunidade de pensar audiovisual, de ver um filme interessante, levantar questionamentos e reflexões sobre os mais variados temas abordados nos curtas”, completa.
O festival recebeu mais de 400 inscrições, que passaram pela curadoria formada pelo crítico de cinema Edu Fernandes e pelo produtor cultural Leo Tabosa, além dos integrantes do Coletivo Turbina Cultural, de Coremas. As produções que não foram selecionadas serão utilizadas em sessões especiais do Turbina Cineclube, que será inaugurado logo após o término do Curta Coremas. Durante a programação, uma sessão especial será dedicada a duas produções convidadas: “Alguma Coisa na Vida”, dirigido pelo Coletivo Luís Eduardo Magalhães, da cidade do Extremo Oeste baiano, e “Sem Pena”, documentário paulistano de Eugênio Puppo, que retrata as adversidades vividas pelas pessoas presas e processadas criminalmente.
Com um cenário crescente de violência urbana é comum na sociedade um discurso punitivo, que clama por penas cada vez mais altas. Nesse contexto há uma evidente incompreensão dos direitos e garantias do outro, afetando sensivelmente o exercício do direito de defesa de acusados de crimes. A partir de imagens impactantes de prisões brasileiras, o documentário pretende estimular uma análise crítica da realidade do sistema de justiça, destacando temas relativos à alta taxa de encarceramento e a falta de acesso à justiça no Brasil.
Na programação, também há espaço para atividades culturais, como a apresentação do grupo Nós’sarte, na quinta-feira (30), e uma performance da cantora Gitana Pimentel, com repertório de samba, no sábado (1), ambos às 21h30.
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