quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Confira entrevista realizada com Ir. Sousa em virtude do ano da vida religiosa...

“Eu deixei tudo pelo tudo, em atenção ao Evangelho, pois ele me seduziu e eu me deixei seduzir”, declarou irmã Sousa. 

Em virtude do Ano da Vida Religiosa Consagrada, determinado pelo Santo Padre Papa Francisco que teve abertura na festa do Cristo Rei, em novembro de 2014, o colunista do blog Associação Apologética Seláentrevistou a religiosa itaporanguense Irmã Maria Rufino de Sousa, tal conhecida como “Irmã Sousa”. A Religiosa pertence à congregação das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena, presente em vários países e fundada pela Madre Beata Savina Petrilli. Irmã Sousa é filha natural da cidade de Itaporanga-PB. Aos 74 anos de idade e 51 anos de profissão de votos religiosos, trás na bagagem muitas experiências e algumas partilhadas na entrevista. 
Grande exemplo de doação aos pobres e necessitados, em especial as crianças carentes dessa cidade. A Religiosa juntamente com o (in memoriam) Mons. José Sinfronio (Pe. Zé), fundaram a casa do Menor São Domingos Sávio, instituição que abriga varias crianças, dando lhes educação moral e religiosa, além de realizar aulas de reforço escolar e trabalhos artesanais. A instituição vem desenvolvendo esse trabalho a mais de 40 anos, graças ao seu trabalho missionário.

Confira algumas perguntas, feitas a Irmã Sousa à respeito de sua vocação:

Ir. Sousa, Como foi o despertar da Vocação? Como foi a decisão para ingressar no convento? A Família teve alguma interferência?

Desde pequena, sentia enorme desejo de seguir a vida religiosa, mais tão pouco sabia o que era isso, apenas cresci na mentalidade de querer ser Freira. Diante da minha família, sofri rejeição, pois meus pais não queriam que optasse pela vida religiosa; eu era a filha mais velha. Pensei comigo: “Deus é maior que qualquer força do homem”, e ao passar dos tempos eles compreenderam a vontade de Deus. Meu tio ensinava na Escola Sagrado Coração de Jesus, localizado em Teresina-PI, logo quando soube da minha decisão vocacional, me apresentou a congregação a qual era responsável pelo colégio onde ele ensinava, as Irmãs dos Pobres. Ele me deu muita força e apresentou logo a Ir. Mercês, promotora vocacional. Aos 23 anos ingressei para a congregação das Irmãs dos Pobres. Hoje tenho 74 anos de Idade, 51 anos de profissão de votos religiosos, nada me impediu de seguir a vida religiosa, apesar das saudades que sentia dos meus familiares, maior que a saudade era meu desejo de se entregar a Deus.

O que a senhora diz a respeito do Ano da Vida Religiosa?

O Papa Francisco, inspirado pelo Espirito Santo, promulgou a ano da vida religiosa. Um ano onde a igreja destinou o olhar para todos os religiosos, frades e freiras, irmãos e leigos consagrados, que se consagram a Deus por meio de uma Congregação, Ordem ou Comunidade. O que seria da Igreja sem os religiosos? Eles são promotores da verdade e homens de oração e serviço, temos o exemplo dos santos, a maioria são religiosos.
O Papa destinou esse ano para que os cristãos valorizassem essas vocações, mais nem todos valorizam ou tão menos se importam com os religiosos. O papa é um Religioso Jesuíta, foi um bom ano para os religiosos.

Antes de ingressar no convento, a Senhora iniciou um Trabalho Social que ajuda Crianças Carentes. O que motivou tomar essa Iniciativa?

Eu era catequista aos meus 16 anos, juntamente com um grupo de jovens. Os trabalhos catequéticos eram realizados no salão da casa paroquial, e algumas vezes na própria Igreja. Ao ver essas crianças sofridas e desamparadas, tomei a iniciativa de juntamente com o Padre Zé, de estabelecer na paróquia a Pastoral do Menor. Antes não tinha muitas pastorais, e começamos a prestar auxilio a essas crianças na própria casa Paroquial, e posteriormente Padre Zé constrói o Centro Pastoral, onde nós nos mudamos para lá, pois na casa paroquial não cabia mais, tinha mais de 200 crianças, muitas da vila Mocó (bairro ainda hoje de extrema carência e algumas famílias vivem em estado subumano) e do Bairro Alto das Neves. A fome é um dos nossos problemas, muitas famílias eram sustentadas com a colheita do feijão e do milho, muitas crianças chegavam no centro pastoral com fome, depois disso, graças ao Padre e ao povo itaporanguense que ajudavam com doações, passamos a fornecer alimentação para todas as crianças. E assim foi se desenvolvendo o nosso trabalho, o padre se preocupava em não deixar faltar nada na casa, e assim nunca faltou. Tivemos muitas dificuldades; chegamos ao ponto de fazer pasteis e artesanatos  para vender, as crianças vendiam de porta em porta, e o que eu acho bonito é que elas nunca desviaram nenhuma moeda arrecadada, graças a educação dos pais, pois a honestidade brota de casa. Sou grata a todos que compravam, e assim a obra crescia cada vez mais. Aos 23 anos, decidi ingressar para a congregação das Irmãs dos Pobres. Muitos falaram que a casa ia fechar e o projeto acabar, mais quando é obra de Deus permanece eternamente. Depois que eu professei meus votos na congregação, minha mãe passa por uma doença e pedi a permissão para vim cuidar dela, a congregação me permitiu passar 05 anos. Nesse tempo que cuidava de minha mãe, eu também voltava a realizar trabalhos na casa do menor. Hoje se estruturou, temos a casa própria, onde as crianças tem educação religiosa e moral, e alimentação de boa qualidade. Além de aulas de artesanato e pintura. Sou imensamente grata a toda população de Itaporanga, e aos sacerdotes que sucederam o Monsenhor José Sinfrônio, que nunca deixaram morrer essa obra.

Depois de um legado Missionário deixado aqui nesta cidade, o que a Senhora diz a respeito da Vida Religiosa, e qual a mensagem que deixa aos Jovens?

A vida Religiosa é um Caminho bom, santo e seguro.  Nunca me arrependi de ter deixado pai e mãe para ser freira, sou feliz na minha vocação, pois deixei tudo pelo tudo, em atenção ao evangelho; ele me seduziu e eu me deixei seduzir. Aos Jovens, digo-vos: se lancem no abismo do amor do Senhor, jamais se arrependerão, pois se temos Deus, temos tudo, e felizes aqueles que buscam a Deus. Seja qual for a sua vocação, seja o matrimonio, a vida laica, ou a vida religiosa e sacerdotal, busque a Deus e não saiam da Igreja, peça a Nossa Senhora seu auxilio nas dificuldades e aflições. Sejam Santos. 

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