Secretário Estadual de Cultura quer impor seu "gosto"
Abaixo, você confere elogiado texto de Simone Duarte, publicado PBAgora:
Alguém já se imaginou na época da ditadura, onde só se poderia fazer ou ouvir o que era ordenado pelos governantes? Alguém em sã consciência, ao menos, já leu sobre o assunto e conseguiu detectar o período caótico em que jornalistas, cantores, compositores e atores foram “convidados” a se retirarem do País? Pois bem, estaria o secretário de Cultura do Estado, Chico César com toda sua pompa, diferencial e potencial artístico fadado a impor à massa o que ela tem e deve ouvir?
Após justificar que o Governo Estadual não financiaria eventos juninos para Campina Grande e demais municípios do Estado, à exceção da Capital, porque não vai bancar bandas de “forró de plástico”, o secretário de Cultura do Estado parece ter deixado o “poder” lhe sucumbir os neurônios que no início da sua carreira pareciam funcionar tão bem.
De que maneira explicar que o povo só gosta de bandas de "Forró de Plástico"? Diferente da maioria, que não teve as mesmas oportunidades e sorte de galgar caminhos na arte que se traduzem em músicas e letras distintas, Chico César simplesmente generaliza e denomina como “Forró de plástico”, todos os artistas que se apresentam durante os festejos juninos.
Estariam as bandas de “Forró de plástico” agora fadadas a se “esconder” por trás de pseudônimos como fez por várias vezes o cantor Chico Buarque na época da ditadura, numa tentativa de driblar o gosto musical do secretário de Cultura?
E o que esperar de um artista que em uma única apresentação em 2008, durante a programação do Seis e Meia, no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande, atentar ao pudor dos presentes, baixando as calças e urinando no palco na frente de todos?
Sem esquecer ainda de mais duas saias justas que o mesmo Chico César, no auge de sua carreira como cantor, antes mesmo do de ser anunciado pelo mestre de cerimônias, no início do show, interrompeu-o e chegou ao palco abruptamente batucando um instrumento sem o mínimo respeito aos que ali estavam para lhe apresentar?
Ainda em outro dado momento, não se satisfazendo com tantas baixarias, fez alusão a ausência do prefeito de Campina Grande Veneziano Vital (PMDB) no seu show e ironicamente se utilizou de um provérbio popular para o secretário de Educação do município, Flávio Romero que estava representando o chefe do executivo municipal e disparou: “O prefeito quando não vem, mas manda o secretário”, fazendo alusão ao dito popular: “Quando o diabo não vem, manda o secretário”.
Visivelmente constrangido, depois das piadas descomedidas de Chico César, o secretário de Educação do Município, Flávio Romero deixou o Teatro após a frase dúbia do que hoje se intitula como Secretário de Cultura do Estado.
Não gostar de determinado tipo de música não implica dizer que se possa impor a todos o que se gosta e se acredita como verdade única para falar e ouvir. É público e notório que o velho dito “gosto não se discute” deveria ser respeitado, já que Cultura é fundamental para a compreensão de diversos valores morais e éticos que guiam o comportamento social.
Como secretário de Cultura do Estado, Chico César deveria entender como os valores da cultura se internalizam no povo e como eles conduzem suas emoções entre si. A avaliação do outro, é um grande desafio, desafio esse notadamente esquecido pelo titular da Pasta.
Nos cem dias do Governo Ricardo Coutinho, projetos de Cultura para o Estado deixaram de ser apresentados. Será que Chico César estava tão ocupado em impor a sua “cultura” ao povo e esqueceu-se de trabalhar para que esse mesmo povo possa fazer parte da tão sonhada e almejada “cultura” de uma minoria?
O secretário esquece-se também do aviso dado desde o início da sua gestão pelo governador Ricardo Coutinho que afirmou que só quem possui cargos provisórios por um período de quatro anos em sua administração são: ele e o seu vice-governador Rômulo Gouveia? “Se não der certo, a gente troca e digo isso sem problema algum”, frisou RC.
Chico César talvez também tenha esquecido que Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico, independente das suas imposições. Cultura é o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade e trata-se de esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais e, sobretudo sem imposições do que ele acha ou não correto para o povo.
Estaria Chico César cansado de viver a Cultura por não fazer tanto sucesso quanto as centenas e milhares de bandas de “Forró de plástico” que mesmo não agradando a alguns permanece no auge?
A censura e a repressão à produção cultural ditada pelo secretário de Cultura do Estado não pode se intensificar, porque geraria um “terrorismo cultural”, já que qualquer tipo de expressão cultural, seja recitada, cantada, escrita, representada, industrializada, plástico ou não representa a vontade e desejo de um povo.
Secretário, a Cultura não é algo que se impõe, mas um permanente processo de mudança, do qual talvez seja desconhecido da sua “cultura” e não é capaz de assumir a Pasta para criar projetos em prol da maioria.
CEM dias SEM cultura
Ditar gosto cultural não é a melhor escolha. Qualquer produção cultural local é mais que louvável, até porque trata-se de um resgate às origens, mas lembre-se que a Democracia é como o próprio nome sugere um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos.
Ditar o que o povo gosta ou não gosta vai além das prerrogativas dos Poderes Públicos e se bem lembrado se assemelha aos escândalos apócrifos de que foi vítima o governador Ricardo Coutinho ainda durante a campanha eleitoral.
Enfim, parodiando o filme "Tropa de Elite", peça para sair e aprenda a respeitar o povo, principalmente os que gostam do que o senhor denominou de “Forró de Plástico”.
Cultura se faz com democracia e não com ditadura!
E não esquecendo suas próprias composições, uma se destaca nesse mundo que vivemos que diz:
Sou tu sou ele
Nós todos e todos eles
Escravos do novo século
Obrigados ao desterro
Desterrados pela vida
Condenados ao inferno
Simone Duarte (PBAgora)
Após justificar que o Governo Estadual não financiaria eventos juninos para Campina Grande e demais municípios do Estado, à exceção da Capital, porque não vai bancar bandas de “forró de plástico”, o secretário de Cultura do Estado parece ter deixado o “poder” lhe sucumbir os neurônios que no início da sua carreira pareciam funcionar tão bem.
De que maneira explicar que o povo só gosta de bandas de "Forró de Plástico"? Diferente da maioria, que não teve as mesmas oportunidades e sorte de galgar caminhos na arte que se traduzem em músicas e letras distintas, Chico César simplesmente generaliza e denomina como “Forró de plástico”, todos os artistas que se apresentam durante os festejos juninos.
Estariam as bandas de “Forró de plástico” agora fadadas a se “esconder” por trás de pseudônimos como fez por várias vezes o cantor Chico Buarque na época da ditadura, numa tentativa de driblar o gosto musical do secretário de Cultura?
E o que esperar de um artista que em uma única apresentação em 2008, durante a programação do Seis e Meia, no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande, atentar ao pudor dos presentes, baixando as calças e urinando no palco na frente de todos?
Sem esquecer ainda de mais duas saias justas que o mesmo Chico César, no auge de sua carreira como cantor, antes mesmo do de ser anunciado pelo mestre de cerimônias, no início do show, interrompeu-o e chegou ao palco abruptamente batucando um instrumento sem o mínimo respeito aos que ali estavam para lhe apresentar?
Ainda em outro dado momento, não se satisfazendo com tantas baixarias, fez alusão a ausência do prefeito de Campina Grande Veneziano Vital (PMDB) no seu show e ironicamente se utilizou de um provérbio popular para o secretário de Educação do município, Flávio Romero que estava representando o chefe do executivo municipal e disparou: “O prefeito quando não vem, mas manda o secretário”, fazendo alusão ao dito popular: “Quando o diabo não vem, manda o secretário”.
Visivelmente constrangido, depois das piadas descomedidas de Chico César, o secretário de Educação do Município, Flávio Romero deixou o Teatro após a frase dúbia do que hoje se intitula como Secretário de Cultura do Estado.
Não gostar de determinado tipo de música não implica dizer que se possa impor a todos o que se gosta e se acredita como verdade única para falar e ouvir. É público e notório que o velho dito “gosto não se discute” deveria ser respeitado, já que Cultura é fundamental para a compreensão de diversos valores morais e éticos que guiam o comportamento social.
Como secretário de Cultura do Estado, Chico César deveria entender como os valores da cultura se internalizam no povo e como eles conduzem suas emoções entre si. A avaliação do outro, é um grande desafio, desafio esse notadamente esquecido pelo titular da Pasta.
Nos cem dias do Governo Ricardo Coutinho, projetos de Cultura para o Estado deixaram de ser apresentados. Será que Chico César estava tão ocupado em impor a sua “cultura” ao povo e esqueceu-se de trabalhar para que esse mesmo povo possa fazer parte da tão sonhada e almejada “cultura” de uma minoria?
O secretário esquece-se também do aviso dado desde o início da sua gestão pelo governador Ricardo Coutinho que afirmou que só quem possui cargos provisórios por um período de quatro anos em sua administração são: ele e o seu vice-governador Rômulo Gouveia? “Se não der certo, a gente troca e digo isso sem problema algum”, frisou RC.
Chico César talvez também tenha esquecido que Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico, independente das suas imposições. Cultura é o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade e trata-se de esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais e, sobretudo sem imposições do que ele acha ou não correto para o povo.
Estaria Chico César cansado de viver a Cultura por não fazer tanto sucesso quanto as centenas e milhares de bandas de “Forró de plástico” que mesmo não agradando a alguns permanece no auge?
A censura e a repressão à produção cultural ditada pelo secretário de Cultura do Estado não pode se intensificar, porque geraria um “terrorismo cultural”, já que qualquer tipo de expressão cultural, seja recitada, cantada, escrita, representada, industrializada, plástico ou não representa a vontade e desejo de um povo.
Secretário, a Cultura não é algo que se impõe, mas um permanente processo de mudança, do qual talvez seja desconhecido da sua “cultura” e não é capaz de assumir a Pasta para criar projetos em prol da maioria.
CEM dias SEM cultura
Ditar gosto cultural não é a melhor escolha. Qualquer produção cultural local é mais que louvável, até porque trata-se de um resgate às origens, mas lembre-se que a Democracia é como o próprio nome sugere um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos.
Ditar o que o povo gosta ou não gosta vai além das prerrogativas dos Poderes Públicos e se bem lembrado se assemelha aos escândalos apócrifos de que foi vítima o governador Ricardo Coutinho ainda durante a campanha eleitoral.
Enfim, parodiando o filme "Tropa de Elite", peça para sair e aprenda a respeitar o povo, principalmente os que gostam do que o senhor denominou de “Forró de Plástico”.
Cultura se faz com democracia e não com ditadura!
E não esquecendo suas próprias composições, uma se destaca nesse mundo que vivemos que diz:
Sou tu sou ele
Nós todos e todos eles
Escravos do novo século
Obrigados ao desterro
Desterrados pela vida
Condenados ao inferno
Simone Duarte (PBAgora)
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