sexta-feira, 12 de junho de 2020

Joaquim Salviano, grande líder de Itaporanga com 10 mandatos de vereador e uma brilhante história de vida... recebe parabéns da família e amigos pelos 79 anos!

Um grande líder para ser reconhecido como tal tem de ter habilidade nata, sua liderança é respeitada pela contribuição dada ao longo da vida ao município. Hoje (12) um deles inscritos no rol da história de Itaporanga chega aos 79 anos, vasto leque de conquistas e trajetória de vida singular: Joaquim Salviano da Silva. Um abnegado trabalhador em tempos difíceis que nunca se rendeu a obstáculos que apareciam pela frente. 
No campo político,  só para começar, são 10 (dez) mandatos conquistados para a Câmara Municipal numa trajetória política iniciada ainda jovem, lá nos idos da década de 1970. O primeiro mandato foi para legislatura 1973/1976, época em que era prefeito Sinval Pinto Brandão, vice-prefeito José Barros Sobrinho e os vereadores: João Barreiro Sobrinho, Francisco Bidô da Silva, Manoel Pereira Caiana, Francisco de Araújo Pedrosa (Chico Anjo), Antônio Nunes Guimarães e José Felismino, além do próprio Joaquim. 
Um fato histórico interessante: Joaquim foi escolhido delegado junto com Lourival Rodrigues da Silva, tendo Mozaniel Pinto (Zié) e Edval Barreiro Lemos suplentes, para votarem no Colégio Eleitoral de 10/09/1978 que elegeu, na Capital, o Governador, o Vice, o Senador e Suplentes. 
Mas, voltemos ao começo. Corajoso e destemido em seus propósitos, enveredou ainda muito jovem em terras do Planalto Central do País, durante a construção de Brasília, decidido prosperar naquelas promissoras cercanias na busca por melhores condições que pudesse oferecer na construção maior: sua família, que ficara no seu torrão. Ele lembra as dificuldades que foram imensas uma das quais à falta de locomoção com a inexistência de estrada, as poucas que existiam precárias. Uma saga de vida com muitas vitórias e superação. 

O Nascimento de um Guerreiro

Nascido aos 12 de junho de 1941, no Sítio Cochos, em Itaporanga, filho de Antônio Salviano da Silva e dona Jacinta Ana da Conceição, cuja prole saída do casal foi de 8 filhos: Leonor, Maria, Terezinha, Beatriz, Francisco, José Salviano (Zé Preto), Hercília e Joaquim Salviano. Leonor, Hercília e Zé Preto já falecidos. 
Já trabalhava na roça aos 8 anos de idade, em terras do senho João Caetano da Silva (in memorian), patriarca de uma grande família de Itaporanga, que lá na frente viria a ser seu sogro. Apesar pequena idade, recebia por um dia de serviço braçal o mesmo que era pago aos trabalhadores adultos, mas, sempre justificado por seu patrão que ele trabalhava muito e cumpria seus serviços, por isso, merecia receber igual aos outros. E sempre soube ser responsável nos seus trabalhos, bem como inteligente e esperançoso, para fazer suas economias. 
Foi assim, que com o dinheiro que recebia do seu trabalho, aos 12 anos, comprou o primeiro animal, uma égua, segundo ele, por ser mais barato, não podia comprar um cavalo. No entanto, a persistência ao longo da sua caminhada, tem sido uma incomparável marca, aliada, da sua grande Fé em Deus. E seguindo sua jornada, trabalhando alugado, em terras que no futuro, seria por graça de Deus e seu trabalho, pertencentes ao seu patrimônio. Já com algumas a mais, resolveu trocar sua égua em um rebanho de ovelhas, no que seria um passo, para comprar um cavalo, tão desejado. 
Tempo passando, e sua persistência em crescer aumentando, foi que aos 15 anos, decidiu vender seu animal de montaria, e completar com suas economias, para comprar uma “garra de terra”, encravada no sítio Cochos, onde nasceu. E, assim, o fez.

O Namoro com a Filha do Patrão

Suas investidas, não pararam por ai, em um tempo difícil e bem diferente dos nossos dias, resolveu namorar a filha do patrão, a menor ainda mais, Francisca, que se tornaria sua esposa, no futuro. Mas antes disso, em 1958, resolveu tentar à sorte em Brasília para, trabalhando, arranjar um “dinheirinho”, para então voltar e se casar. E, foi, com outro grande número de trabalhadores que na época se deslocavam para Goiás e Brasília, para trabalhar nos campos de Goiás e nas construções em Brasília. 
De menor, e sem dinheiro, andou muito à pé na procura por emprego, sem alimentação e fraco, foi acolhido por uma senhora que tinha um café e que muitos que trabalhavam por ali, ficavam lá. Passou a noite e, no dia seguinte, à pé, foi procurar emprego, depois de umas 5 horas caminhando, conseguiu encontrar uma construtora, que ainda lembra o nome, a CILVISAM, que não tem maiores detalhes, passando a trabalhar logo em seguida. Porém, surto de fome e cansaço lhe atingiu em cheio...já tinha passado a hora do almoço, e dentro de um grande alicerce, sentiu fome que o levou, a quase desmaiar, tendo sido ajudado por um dos colegas de trabalho, (aqui às lágrimas e o silêncio, se misturam com a gratidão a Deus, por ter vencido...) E, assim, um pouco recuperado, com medo de perder o emprego, seguiu trabalhando enquanto chegava a hora da janta.  E, assim, aconteceu, luta diária por melhores dias.

O Casamento, Coragem e Ousadia em tempos difíceis   

Um dia, já de posse de alguns rendimentos, conta que deu vontade de voltar para casa, e mais ainda, de casar. E voltando, partiu para concretizar o seu sonho. Aos 09 dias de janeiro de 1960, contraiu matrimônio, com Francisca Genésia da Silva, que tinha apenas 14 anos e 11 meses, e ele com 17 anos, completados em 12 de junho. Ressalte-se aqui, uma grande coragem e ousadia, pois não tinha nada, a não ser uma maleta de couro, para carregar às poucas roupas, uma mesa pequena de madeira, que não media um metro quadrado e uma cadeira com lastro de couro.
Não faltou aos jovens recém casados, sombra e comida, pois o patrão João Caetano, era um homem de muitas terras e gado, bem como sempre jeitoso com todos. Já havia dado uma pequena casa na propriedade para os dois ficarem, pois a terra pequena do noivo, ainda não tinha casa, e assim, foi morar depois de uns dias na casa do seu pai, Antonio Salviano, que também morava nas terras de João Caetano. Ele foi para a pequena casa, que seu sogro deu para morar com sua jovem esposa, trocando depois uma maior, onde seria o local de nascimento de seu primeiro filho, José Joaquim, hoje, José Joaquim Salviano.

A ida para trabalhar em Goiás e Brasília

Eis que o trabalho no campo não estava sendo suficiente para melhorar a situação do casal, pois havia sonhos maiores. E, ainda em 1960, depois alguns meses de casados, e a esposa já grávida, foi mais uma vez, trabalhar em Brasília, pois na época era constante, às viagens de trabalhadores, que se dirigiam àquelas regiões, onde se ganhava dinheiro. Deixou seus pais, cuidando da nora, e foi para passar ao menos uns seis meses, no entanto, voltou antes.
Seu primeiro filho, José Joaquim, tinha apenas, uns 4 meses de nascido, quando o destino reservou-lhe a necessidade de mais uma vez, se ausentar da terra onde nasceu, e junto com dois irmãos seu, Francisco e José Salviano, seu sogro, filhos e filhas, viajaram para o Estado de Goiás, em um caminhão “pau de arara” para trabalhar na agricultura, no cultivo das culturas do arroz, feijão e café, na zona rural do município de Anapólis-Go. 
No tempo que permaneceram em Goiás, trabalhando na zona rural, depois de uma grande estiagem na região, que forçou muitos a viverem de outras atividades, Joaquim Salviano, também cortou cabelo e abatia porco pra vender no mercado. Depois vieram para Brasília, com o intuito de retornar à Paraíba, no entanto, a falta de recursos, não dava pra voltar, pois tinha às despesas com o caminhão e alimentação para todos. Vendo a aflição de todos, para voltar, resolveu chamar seu sogro e emprestar o dinheiro que conseguiu juntar, para que voltassem à Paraíba. Assim, foi feito.

O Retorno à Paraíba

Ao chegar nas suas terras de origem, já depois de um bom tempo, precisando receber o dinheiro que havia emprestado, propôs ao seu sogro, à troca de uma parte das terras, nas quais ele trabalhou, quando ainda era pequeno, pelo que ele havia emprestado, e assim, concretizaram o negócio, passando ele a ser proprietário das tão sonhadas terras, onde um dia, derramou seu suor, trabalhando alugado. Ainda hoje, é proprietário dessas terras e de outras circunvizinhas, adquiridas depois, especialmente à família Severos, de Boqueirão dos Cochos, hoje, Igaracy. Ali, fez morada, com sua família, pois depois tivera um outro filho, que chamava Francelino, mas que Deus resolveu levar pra si, ainda criança.
Depois um certo tempo, veio à comprar uma outra propriedade, denominada de Sítio Corrente, onde mudou-se para lá, para ser vizinho de outra grande família, o senhor João Mariano Tomáz de Lima, família que até hoje, se alastra pela paraíba e pelo Estado de São Paulo. Até o ano de 1974, plantava, colhia e comprava algodão, para vender em Itaporanga, especialmente no armazém de Caçula Pinto, e assim, iria construindo suas amizades. 
O Ingresso na Vida Política, através do Clã dos Pinto em Itaporanga

Eis que conhecendo Sinval Pinto Brandão, conheceu também o senhor Adailton Teódulo da Silva, que se tornaria um grande líder político e amigo de todas às ocasiões, mais na frente, seria Prefeito, - e construiria uma estrada que abriu acesso do Sítio Cochos à estrada do Caiana, em atendimento a um apelo de Joaquim Salviano, alegando ele, que na época que seu outro filho Francelino, morreu, carregara o mesmo em um lombo de animal, porque não tinha estrada para se prestar um socorro a quem precisasse, e aqui mais uma vez, às lágrimas, rolaram.
Na época que residia no sítio Corrente, começou a negociar, vendo rádio, muitas vezes, trocando por algodão. E, assim, foi aumentando suas amizades, com isso, o clã político dos Pinto, em Itaporanga, convidou-o para ser candidato a vereador, no que foi aceito, e na eleição de Sinval Pinto Brandão, para Prefeito, Joaquim Salviano, obteve também, a vitória para o cargo de Vereador. E, com a sua eleição, veio morar na cidade de Itaporanga, no ano de 1975, mais precisamente, na Rua Rosendo de Araújo Madeiro, Alto do Ginásio, e mais uma vez, os caminhos do seu sogro e o dele, se cruzaram, pois João Caetano, morava naquela rua, com a sua estimada esposa, Genésia Maria da Conceição. 
Em Itaporanga, as atividade de parlamentar mirim, não tirava sua perspectiva do comércio, passando a trabalhar ainda, com venda de redes e depois relógios, estes comprados em São Paulo e vendidos na Paraíba. Aqui ele faz, uma ligeira lembrança a um grande amigo, nas muitas viagens à cidade de São Paulo, o amigo Diassis Leite, que sempre comprava e vendia veículos, levando daqui e trazendo de lá.

E assim lá se vão 79 anos de uma história de muita luta, garra, sobrevivência, persistência e vitória. Familiares e amigos, de uma vida inteira rendem a Joaquim Salviano as homenagens merecidas no dia de hoje. Que Deus ilumine ainda essa grande personalidade itaporanguense, líder nato, mas acima de tudo um vencedor na vida!

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