sexta-feira, 3 de junho de 2022

O pragmatismo do Clã Ribeiro deixa Cícero e João à espera da decisão de Aguinaldo que em silêncio vê crescimento de Daniella no radar de Brasília

Quatro meses para a eleição com cenário indefinido na Paraíba. Mostramos (Veja Aqui) que a demora do governador João Azevêdo (PSB) em anunciar deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) senador na chapa faz surgir uma ameaça real à sua reeleição: a senadora Daniella Ribeiro (PSD). Entendido o risco, João revelou essa semana que já fizera o convite e joga a responsabilidade no colo do deputado para o desfecho. 

Mexe-se as cartas conforme a decisão do Clã Ribeiro. O silêncio agora não é só de Aguinaldo e Daniella, mas de todo o entorno. Veja que até o prefeito Cícero Lucena (PP) arrefeceu o ímpeto em dá uma data para o desfecho. Um olhar bem atento nas movimentações do Clã Ribeiro nos mostra que há estratégia bem definida, e das sofisticadas, de forma silenciosa, nos bastidores, onde todas as hipóteses estão na mesa. 

Afinal, o que se esconde por trás desse jogo político? Um enigma difícil de ser desvendado, tal e qual uma mesa de pôquer, onde os jogadores dissimulam o tempo todo a fim de deixar o adversário perdido, sem saber para onde ir. É indiscutível potencial do grupo. Brasília, onde tudo é decidido, avalia que tanto Aguinaldo (Senador) como Daniella (Governadora) tem reais chances de vitória. O Planalto enxerga a segunda opção ideal para a Direita como um todo ter chances na Paraíba. 

À preço de hoje se vislumbra Daniella numa chapa com o Pr. Sérgio Queiroz, mas uma aliança com o PL seria ganho para todos: coloca Bruno Roberto com chances reais na disputa e robustece o palanque de Bolsonaro. A união de prefeitos dos dois grupos forma o maior potencial de votos. Quanto à Nilvan, na proporcional ajuda o partido eleger três federais. Além de um senador, seria um filé - mais fundão e poder. Aliás, essa chapa elegeria de cara cinco federais, juntando o PP. 

Calado, Cícero aguarda a decisão de Aguinaldo que joga "parado". A expectativa volta-se para acontecimentos na próxima semana quando a cúpula do PSD: o ex-ministro Gilberto Kassab e o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, desembarcam na Paraíba para eventos cuja atenção se voltará para Daniella. Pragmático, Aguinaldo empurra as conversas até o limite em que seja possível ter algum grau de certeza de que está perto do projeto com maior chances de vitória. 

E esse ponto traz mais um enredo para dificultar, como no pôquer, o que está sendo jogado.  João fez o convite e Aguinaldo quer ser senador. Mas e o Republicanos? Em reunião ontem (02/06) decidiu esperar o anúncio de Aguinaldo para sentar com ele. Tá meio à meio, não mais inteiro com Efraim (UB). Enquanto isso, Daniella se movimenta bem, como hábil poker face.

Como boa jogadora, não diz o que pretende. Aguarda um cochilo, um passo em falso ou uma piscadela dos outros jogadores para definir a carta a ser jogada. Diz que "muito ponderado", Aguinaldo segue "avaliando o cenário"... mas "devemos aguardar os acontecimentos".

Portanto, as movimentações na próxima semana vão clarear ou confundir ainda mais. É por isso que alguns políticos impõem silêncio a si próprios e nem sempre respondem aos acontecimentos.

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