Tudo indica que o Palácio da Redenção não está preocupado com a formação de uma bancada sólida, consistente, que a qualquer momento possa defendê-lo de um ataque da oposição. Essa é a impressão que têm alguns observadores diante do que acontece em relação ao deputado Carlos Dunga (PTB).
Mesmo antes de tomar posse o agora parlamentar anunciava aos quatro cantos da Paraíba que iria manter entendimentos com o governador Ricardo Coutinho (PSB) para saber se ele o queria na bancada de sustentação, mas para isso precisava discutir questões que envolvem suas áreas de atuação.
Há insinuações de que o esquema governista estaria envergonhado por ter deixado Dunga a ver navios no Cariri e torcido para que Genival Matias lograsse êxito na luta para ficar ocupando a cadeira que a Justiça Eleitoral, por erros na contagem dos votos em 2010, deu a Dunga na semana passada.
O episódio pode ser isolado, mas o comportamento é estranho, um tanto amadorístico, sem qualquer conexão com o que rezam manuais de atitudes políticas. A inferioridade numérica no plenário da Assembleia Legislativa não permite que o Governo se dê ao luxo de sepultar as esperanças que tinha em Genival e sair em busca de Dunga.
O parlamentar do PTB, que fez sua estreia na tribuna nesta terça-feira (19), entrou em campo de forma arrasadora. Atropelou o relógio no pequeno expediente, voltou a discursar no grande expediente e aí deu seus recados, afagando o ego de professores e alunos da UEPB e não deixando por menos com a oposição.
O líder do Governo, Hervázio Bezerra, ainda tentou corrigir Dunga dizendo que ele não precisava de intermediário para falar com o Governador. O tucano sabe que ninguém vai ao Palácio da Redenção ou à Granja Santana sem ter intimidade com o eventual ocupante da administração estadual. A situação de Dunga talvez explique porque, ao longo dos últimos tempos, tantos deputados debandaram da base do Governo ou fazem “corpo mole”. (com Paulo Santos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário