domingo, 10 de janeiro de 2016

A verdade é que a Petrobras faz testes em Suape para atender o mercado paraibano

Navio Suape
O que antes não passava de especulação, vem, a cada dia, ganhando contornos de realidade quando o assunto é a transferência da operação de cabotagem da Petrobras em Cabedelo para o Porto de Suape, no vizinho Estado de Pernambuco. Os entendimentos, para isso, andam bem adiantados e o primeiro teste ocorreu há três semanas, quando aportou no Estado vizinho o navio de bandeira liberiana Sestrea, um Suezmax com 274 metros de comprimento.
Isso ocorreu lá pelo dia 15 de dezembro, quando misteriosamente começaram a rarear nos navios no Porto de Cabedelo. A operação antes era feita da seguinte forma: o navio aportava em Suape, descarrega e trazia o restante para Cabedelo. Embarcações menores, capazes de aportar em águas paraibanas por causa do baixo calado do porto. Não é o caso do Suezmax. Resultado, no fim de dezembro faltou combustíveis por aqui e os donos de postos tiveram que ir buscar em Suape.
Tudo conforme o planejado. O que mudou o curso foi a elevação do tom político do governador Ricardo Coutinho (PSB) contra a Petrobras, inclusive ameaçando ir à presidente Dilma Rousseff (PT) para cobrar uma solução. Afinal, a operação de cabotagem da companhia na cidade responde por 40% do faturamento do porto. A saída também representa um desastre para o município de Cabedelo, que perderá ICMS com destino carimbado repassado pelo Estado, além do ISS.
Mas a operação vai acontecer mais cedo ou mais tarde. Notícia publicada nesta quinta-feira (7) pelo Diario de Pernambuco confirma a informação. Ao periódico, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado vizinho e presidente do Complexo de Suape, Tiago Norões, revelou os planos da Petrobras. “Têm sido realizados testes com navios maiores para ver a viabilidade do projeto. Suape se tornou um hub, com recorde de movimentação de granéis líquidos”, disse.
Norões acrescenta: “Já conhecendo nossa infraestrutura, a Petrobras estuda se é mais viável realizar o envio do combustível para estados vizinhos por ferroviária ou por cabotagem”. No ano passado, até o dia 15 de dezembro, o Porto de Suape movimentou 14,18 milhões de toneladas de granéis líquidos. O consumo anual na Paraíba não chega a 800 mil toneladas. Ou seja, pelo montante, não seria difícil a operação em Pernambuco para atender à Paraíba.
Bem, acabou o mistério. (com Suetoni Souto Maior)

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