quarta-feira, 30 de março de 2022

Aguinaldo Ribeiro coloca João Azevêdo contra parede para evitar 'chapa mista' na base

Recentemente, o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos) afirmou ao Conversa Política que o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (Progressistas) não entraria na disputa ao Senado se visse o mínimo de risco de perder.

Estava certo. Mas não está no roteiro de Aguinaldo desistir da vaga, como pode ter imaginado Galdino. Ao contrário, já trabalhava, na época da declaração, para eliminar os tais riscos.

E o principal deles: não ter o apoio pleno da base de sustentação de João Azevêdo quando o deputado Efraim Filho (União Brasil) anunciasse o embarque na oposição, junto ao pretenso candidato ao governo Pedro Cunha Lima (PSDB).

Por isso, parece ter focado no projeto de criar um cenário para “exigir”.

“Exigir” que o governador João Azevêdo (e o governo) se empenhe a reverter uma situação desconfortável criada: governistas que votam em Azevêdo para o governo e para Senado votam com o opositor (Efraim).

Não há, de fato, vantagem.

Aguinaldo coloca o governador João Azevêdo contra parede para cobrar mais que apoio pessoal. O venha a nós, deve ser seguido por um “vosso reino”.

Quer apoio integral ou será mais um calo para o projeto de reeleição de Azevêdo.

Como?

Progressistas externam que o governador não pode deixar a base escolher um nome ao Senado que não esteja na base.

Seria uma demonstração de fragilidade.

Lê-se todo o partido Republicanos. O que mais se fortaleceu para as disputas proporcionais e dizem que alguns vão votar em João e Efraim.

Lê-se também pré-candidatos a federal, como Ricardo Barbosa (PSB) que cria um cenário constrangedor já que trata-se do partido do governador. Sem contar prefeitos que estão ‘lá e lô’.

O lance que demonstrou clara intensão de ficar por cima ou sair por cima ficou consolidado nesta terça-feira (29) .

Aguinaldo foi esperto e, em cenário favorável, laçou o PSD de Romero, entregando o partido a uma senadora, sua irmã, Daniella Ribeiro.

Uma jogada-chave dos últimos movimentos que também colocaram os partidos Solidariedade (Eduardo Carneiro), Patriota (Marcílio HB) e Avante (vereador Dinho) na mão de aliados.

Sem candidatura oficial ao governo, juntou partidos para uma necessidade.

Daniela, em entrevista nesta terça avisou que não está na base. Ou seja, não é governista, mesmo com o irmão prestes a ser o candidato a senador da base.

Independência estranha.

Não é governista, não é pré-candidata (ao Governo), mas não descarta a possibilidade.

Daniella até pode ter autonomia. Mas não falaria sem que o irmão não soubesse do espírito independente.

Os recados da irmã, são recados de Aguinaldo, inevitavelmente. Mesmo com a própria Daniella tentando separar.

Aguinaldo quer a base inteira. Sem a base completa parece que não irá, de fato, para o risco, como afirmou Galdino.

Mas não desistirá do Senado sem mandar um recado: ou tem apoio total do governo para não correr riscos, ou deixa o governo sozinho, com João Azevêdo correndo riscos.

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