Durante o primeiro semestre de 2010, o veterano atacante itaporanguense Edmundo foi destaque nacional do futebol.
Maior artilheiro do País no período, com 24 gols, o então jogador do Botafogo-PB desbancou craques como Neymar. Uma confusão no joelho esquerdo, no entanto, o prejudicou nos meses seguintes.
Duas temporadas depois, agora com 42 anos e jogando no Esporte de Patos, ele tenta se firmar na equipe. No entanto, ele relata que vive sob desconfiança por causa da idade e que chegou a ser barrado na atual equipe. Até esta 4ª rodada, o atacante jogou apenas cinco jogos como titular (Treze, Paraíba, Nacional, Campinense e Auto Esporte) e entrou em quatro no decorrer das partidas (Sousa e Flamengo, Botafogo e Treze, pelos jogos de volta).
"Sempre tem essa de descriminação por causa da idade, sempre tive que estar provando que sou capaz", disse. O motivo desse breve desabafo de Edmundo tem a ver com o período em que o técnico Gilmar Batista esteve no comando do Esporte - até horas antes da 10ª rodada do Paraibano, quando time sofreu a primeira goleada na competição, para o Botafogo. Segundo o atacante, o técnico tinha uma boa relação com o grupo, mas mudou depois que o time venceu o Treze na segunda rodada (por 2 a 1).
"Comecei a competição como titular ao lado do Delany. E estávamos indo bem. Mas, aí, o outro treinador (Gilmar Batista) disse que a gente não poderia jogar juntos. Como o Delany tinha menos idade e era o artilheiro do time, ele o manteve. Aí eu passei a entrar no segundo tempo. Ele achava que o problema era eu. Mas quando eu tive oportunidade, consegui ajudar", revelou.
"Sempre tive boas relações com o Batista. Eu fui um dos primeiros a incentivá-lo a assumir o comando do time. Ele era igual a gente, fica no meio do grupo, conversava. Mas depois que ganhou do Treze, mudou de repente. A gente acha que foi influencia de alguém. E ele mudou principalmente comigo", disse.
Edmundo também relata que houve um episódio na véspera do confronto contra o Botafogo, em que o time levou uma goleada por 6 a 1, que não o agradou. Ele não pôde se apresentar junto com o grupo para o confronto contra o Belo por causa de problemas pessoais e pediu para se juntar depois. Ele diz que quando ligou para o técnico Batista para avisar que já estava voltando, o treinador foi ríspido", completou.
"Ele disse que nem precisava mais eu me apresentar", afirmou. Edmundo lembra que ligou para a diretoria para relatar o episódio e sabe o que iria fazer, mas que os dirigentes já tinham tomado a decisão de demitir o treinador. "Chegou a esse ponto da própria diretoria não o querer mais. É bom deixar isso claro", pontuou.
No segundo semestre de 2010 e durante praticamente todo o ano de 2011, ele enfrentou uma forte lesão no joelho esquerdo. Em 2012, ele garante que está livre do problema e que isso não é mais motivo para desconfiança. "Eu estou bem fisicamente, comecei o Campeonato bem e livre de lesão", disse. Sobre a situação do Esporte e Patos no certame deste ano, o atacante não imaginava que o time fosse ter uma queda de rendimento.
"Nunca esperei. Pelo grupo que a gente, não poderia dizer que estaríamos com certeza no quadrangular, mas era um time que poderia estar brigando. Até pelos jogadores que tem", disse Edmundo. Para o atacante, o time tem tido tranquilidade para administrar situações desfavoráveis. "Quando acontece do time levar um gol, o time dá aquela caída. E no futebol a gente sabe que quando não se tem tranquilidade, pode-se tomar goleada que nem a que tomamos", disse.
Mas Edmundo acha que dá para reverter a situação. "A situação é aquela que todo mundo sabe. Vamos tentar dar a volta por cima para ver se sai. Acho que cabe à gente. Cada jogo que passa aumenta a responsabilidade. Vamos trabalhar", disse. "Acredito que dá para sair. Pelas últimas partidas", completou.
Da Redação com Horácio Roque-HoraExata (na ausência do editor)
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