O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Marcelo (PSDB), revelou, na tarde desta quinta-feira (09), que deve determinar uma varredura eletrônica em todos os gabinetes do Legislativo Estadual. A providência foi anunciada um dia depois da divulgação de um laudo pericial do Departamento da Polícia Federal constatando que o mini-microfone encontrado no gabinete da presidência servia para escuta ambiental e telefônica.
Ricardo Marcelo voltou a afirmar que o caso, embora grave, tem que ser tratado com cautela, para que não haja insinuações indevidas. "Tudo é possível. O que eu não posso é fazer afirmação sobre quem foi o responsável. Não vou fazer pré-julgamento sobre isso. Vou esperar as investigações completas do caso", disse.
Dano irreparável - Para o deputado estadual, é dever do Legislativo a pela escuta ilegal. "Foi um dano irreparável até para a democracia. É uma invasão de privacidade não só do presidente, nem de um gabinete. É uma invasão de privacidade que atenta contra o Poder Legislativo", afirmou.
Ele confirmou que será feita uma varredura completa, em todos os gabinetes da ALPB. "Vamos autorizar essa varredura eletrônica, no sentido de dar mais segurança não só aos deputados, mas também aos servidores e todos que transitam pela Assembleia. Se nós tívessemos uma segurança mais equipada, com câmeras e equipamentos de vigilância, não precisaríamos nem apurar. O sistema de segurança da própria Assembleia identificaria o responsável. Então, vamos tomar algumas providências para o bom andamento da Casa e para a melhoria da segurança de todos", observou.
Escuta - O Departamento da Polícia Federal identificou a existência de uma escuta ambiental e telefônica no gabinete do presidente da Assembleia. Peritos da PF estiveram no gabinete da Presidência no último dia 9 de maio. A pedido do próprio Ricardo Marcelo, os peritos analisaram um microfone de dimensões reduzidas encontrado após uma varredura eletrônica preventiva, realizada no gabinete da ALPB.
Segundo o laudo pericial nº 233/2011, o equipamento, medindo cerca de 23 por 07 milímetros, estava encapsulado em material plástico termocontrátil de cor preta, ligado a três fios de cores preto, branco e vermelho. Esse equipamento de espionagem se encontrava conectado, ainda segundo o laudo da PF, nos fios de telefone, ocultado no interior de uma das caixas de telefonia.
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