Deputado Teotônio Neto visita Piancó na Festa de Santo Antônio em 1971 |
Ex-Deputado Federal Teotônio Neto – do Vale do Piancó
– viu o cavalo passar selado em sua porta, quando através de influência
política, conseguiu ser o quotista da Paraíba do Trigo. Instalou o Moinho
Cabedelo. Como o trigo era importado, cada Estado tinha um “concessionário” ou
quotista, indicado pelo Governo Federal. A ascensão de Teotônio Neto foi rápida.
O negócio do trigo era um “cartel”, que praticava preços uniformes em todo o
Brasil, e com áreas determinadas e respeitadas. O quotista de Pernambuco, não
poderia vender na Paraíba. Em pouco tempo, Teotônio Neto tornou-se milionário.
Inteligente e com visão, fundou o Jornal Correio da Paraíba, a Rádio Correio da
Paraíba; comprou grandes áreas de terras no Goiás, no interior da Paraíba;
adquiriu inúmeros imóveis em João Pessoa, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília...
Até que um dia resolveu – talvez por vaidade – ser chamado por “Excelência”.
Comprou três mandatos de Deputado Federal. Abandonou seus negócios, para se
tornar político. Foi roubado por seus funcionários, divorciou-se - perdendo a
metade de seu patrimônio - e terminou sendo derrotado na quarta tentativa de
voltar para a Câmara, pela mais absoluta falta de dinheiro. Vendeu tudo que
tinha, perdeu outro tanto em ações trabalhistas, e até bem pouco tempo vivia em
seu silêncio – João Pessoa – esquecido, no ostracismo, totalmente fora do mundo,
ruminando provavelmente suas recordações dos bons tempos, em que fora empresário
respeitado na Paraíba. Pingolinha está certo: “foi uma besteira de rico”.
Júnior Gurgel - Jornalista
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