Depois de apreender documentos na sede e nas filiais de uma empresa e no centro administrativo da Prefeitura de João Pessoa, na manhã desta sexta-feira (11), a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) concederam uma entrevista coletiva para divulgar o andamento das investigações sobre supostas irregularidades no Jampa Digital, esquema de corrupção denunciado dias atrás pelo Fantástico da Rede Globo.
Para a Polícia Federal, um dos primeiros indícios de superfaturamento no convênio seria o valor mínimo estabelecido pela prefeitura para início da tomada de preços dos itens que compunham a licitação. Conforme Marcelo Diniz, delegado e superintendente da PF na Paraíba, os preços já estavam acima daqueles praticados no mercado.
Outra característica que chamou atenção dos investigadores foi a semelhança de preços nas propostas feitas por outras empresas. Segundo o delegado, os valores oferecidos pelas concorrentes eram todos 6% mais caros que os da Ideia Digital, o que demonstraria um alinhamento para favorecer a empresa que ganhou a licitação. Ainda conforme o delegado, uma das recomendações do TCE para a realização do certame era a divisão de lotes na licitação, devido ao grande volume de itens na lista.
A divisão, segundo Diniz, chegou a ser feita, porém 99,3% dos itens constavam em um só lote, o que também poderia configurar como beneficiamento para a empresa escolhida. Os mandados de busca e apreensão cumpridos hoje durante a Operação Logoff, desencadeada pela Polícia Federal, são relativos à segunda fase de investigações. Durante a primeira fase das apurações foram analisados documentos solicitados pelo TCE à prefeitura e à empresa suspeita.
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