Numa entrevista coletiva na sede da Polícia Federal o delegado Alexandre Isbarrola revelou detalhes da Operação “Gasparzinho” deflagrada na manhã desta quarta-feira, 15, e adiantou que as investigações vão continuar e novas prisões e apreensões podem ocorrer. Pelo menos onze veículos, entre carros e motos, inclusive dois automóveis BMW foram apreendidos pelos agentes federais. Além desses dois estão no pátio da Polícia Federal, um Áudi, Honda, Mitishubish, Hilux, Mercedes Benz, Golf, Fusca completo e ainda duas motos, sendo uma Suzuki e Honda.
Computadores e farta documentação também foram apreendidos pelos agentes federais e ainda carimbos de prefeituras. Para abrir as falsas empresas, os bandidos usavam nomes de pessoas mortas ou vivas e documentos falsos. "Era um esquema grande, formado por pessoas ricas, a fraude já rendeu aos bandidos, desde 2007, R$ 23 milhões". Durante a operação foram presas sete pessoas, que não tiveram os nomes revelados. Uma das prisões aconteceu no luxuoso condomínio Cabo Branco Residence Privê e outra no distrito de Cajá, município de Caldas Brandão. Também foi efetuada uma prisão na cidade de São Paulo. Os mandados são temporários por cinco dias podendo ser prorrogados.
O delegado Alexandre Isbarrola (foto abaixo) disse que mesmo não ocorrendo a prisão de gestores públicos não descartou essa possibilidade pois as investigações continuam e vão fiscalizar obras contratadas com dinheiro público. “Estamos investigando essas construções, principalmente ginásios esportivos e campos de futebol”, disse.
Onde agia a quadrilha
De acordo com informações, a quadrilha agiu nos seguintes municípios: Alagoa Grande, Boa Vista, Mamanguape, Patos, Pilar, Pitimbu, Santa Rita, Santo André, Sumé, Algodão de Jandaíra, Brejo da Cruz, Caaporã, Lucena, Monteiro, Riachão do Bacamarte, Araçagi, Arara, Areia, Bayeux, Cabedelo, Caturité, Coremas, Cruz do Espírito Santo, Damião, Gurjão, Aroeiras, Cuitegí, São Bento, Areia de Baraúnas, Conde, Jericó, Juripiranga, Pedras de Fogo, Pombal e Serra Branca.
Da entrevista também participaram o procurador da República na Paraíba, Vitor Veggi; Alberto Silva e Jaci Fernandes, da Controladoria Geral da União. Durante a entrevista houve a informação de que os policiais federais continuam realizando apreensões.
Como agia o bando
A investigação colheu evidências no sentido de que um grupo de empresários estava utilizando empresas de fachada, registradas em nome de ‘laranjas’, para fraudar licitações e ocultar bens obtidos com o lucro dos crimes cometidos. Durante os trabalhos também se verificou que, além de ‘laranjas’, os investigados passaram a usar ‘fantasmas’ para prática dos ilícitos. Os ‘fantasmas’ eram pessoas ‘fictícias’ criadas usando a variação de nomes de pessoas verdadeiras.
Eram obtidos junto aos órgãos públicos de mais de um estado da federação documentos para os ‘fantasmas’, (tais como RG, CPF, etc.), que passavam a ser utilizados para perpetração de uma série de fraudes, principalmente para movimentar valores e registrar bens usados pela quadrilha, especialmente veículos de alto luxo.
Os presos responderão pelos crimes de crimes de formação de quadrilha (artigo 288, do CPB), fraudes à licitação (Lei 8.666/93), falsificação de documentos e sua posterior utilização (artigos 298, 299 e 304 do CPB), sonegação de tributos (Lei 8.137/90) e lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98).
Gasparzinho. O nome da operação foi dado em razão de a quadrilha utilizar para perpetração de seus crimes verdadeiros fantasmas. A quadrilha movimentou nos últimos 03 anos aproximadamente 23 milhões de reais e atuou em licitações em 35 prefeituras no Estado da Paraíba. (com wscom)
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