sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ricardo Pinto cobra da secretária da Saúde realização de licitação pra compra de medicamentos e revela que servidores recebem produtividade da Saúde, sem pertencer aos quadros da pasta...

Primeiro a fazer perguntas à secretária municipal Aparecida Alves (Saúde), o vereador Ricardo Pinto (PSDB), munido de documentos, com competência e desempenhando papel elogiável em um momento de importante clareza para o povo quando se debate abertamente fatos ocorridos na gestão pública. Preparada, a secretária respondeu com segurança maioria dos questionamentos feito pelo tucano, que, por sua vez, demonstrou total capacidade para estar exercendo o mandato ao expor conhecimento dos fatos.
Confira, abaixo, trecho das perguntas dirigidas por Ricardo Pinto à secretária Aparecida Alves:
Ricardo Pinto - O hiperdia (para hipertensos e diabetes), como é que a senhora está administrando esse programa? Haja vista, que a população, idosos em particular, tem procurado a Farmácia Básica e não tem medicamentos...
Aparecida Alves - O que aconteceu: essa entrega de medicamento domiciliar (criada no início da gestão Djaci) quem criou quis fazer o bem. Mas, se perdeu o cadastro desse pessoal. Eu fui à Brasília, em janeiro, e me perguntaram: 'Itaporanga não tem hipertensos, não?'. Porque o hipertenso morria, outros ficavam bons, mas o cadastro não era feito por conta da entrega de medicamentos em domicílio. Hoje estamos refazendo o cadastro e a Farmácia Básica nem sempre está abastecida 100% de toda medicação porque a demanda é grande e as vezes falta medicamentos básicos, mesmo.
Ricardo - Se é um programa em benefício do povo acredito que tem que ser encontrado ou feito um novo cadastro...
Aparecida - Está sendo feito. É porque tem hipertensos que morreu, foi embora, e agente não tem como encontrar.
Ricardo - A licitação pra compra de medicamento já foi feita?
Aparecida - Ainda não. Estou abastecendo dentro do limite que me é permitido.
Ricardo - Em cinco meses (de gestão) ainda não deu pra fazer a licitação?
Aparecida - Houve uma centralização na Prefeitura. O certo seria ter na Secretaria uma comissão própria de licitação, mas achou-se por bem realizar assim. Então, a licitação está concentrada na Prefeitura e como são muitas coisas ela está com retardo, sim.
Ricardo - Há um cadastro de 2.900 diabetes e atualmente só estão comprando 700 seringas...
Aparecida - O cadastro que temos é de 2.800 diabéticos, mas hoje recebi 3.000 seringas. Se o Senhor quiser posso até trazer o extrato das notas...
Ricardo - Não é necessário. O PSF do sítio Cravoeiro está pronto faz cinco meses. Quando a Senhora pretende reabri-lo? Porque ele continua funcionando no Hospital Infantil.
Aparecida - O PSF Cravoeiro/Araça (que atende ainda Riacho da Onça e São João), desde sua fundação, há algum tempo, nunca funcionou. Dizem que foi feita uma obra e que ele está arrumadinho, limpinho, etc...
Ricardo - A Senhora ainda não esteve lá pra ver o prédio? (a foto ao lado é de dez/2011, mas ele já está concluído)
Aparecida - Não tive. A minha demanda é tirana, por isso, não tenho tempo de me ausentar e ir até lá. Mas, eu reitero, minha colocação de que ele vai funcionar como âncora, pois não tem como funcionar como PSF. Porque a construção desfavorece muita gente, do meu sítio (São João), por exemplo, não tem como chegar lá, e é referenciado pra lá. A população dos sítios vizinhos vão pra onde? Outro PSF não vai querer atender, então, pensando nessa situação vamos utilizá-lo como âncora. Quinzenalmente uma equipe irá até lá realizar atendimento pra aquela população. A verdade é que o povo daquela região não quer ser atendido lá porque não há transporte...
Ricardo - Não tem transporte?
Aparecida - Pra lá, não.
Ricardo - A Senhora sabe de quem foi o requerimento para se construir esse PSF lá no Cravoeiro?
Aparecida - Sei. Do (então) vereador Berguim (hoje Prefeito). Só que o PSF foi bem feito, mas a construção aonde está desfavorece outras comunidades. Se a escolha da construção foi do então vereador Audiberg eu continuo discordando. Lá não é um bom lugar. Ele (Berguim) escolheu o local tão mal que a população não quer ir pra lá.
Ricardo - Acho que o município será penalizado em não funcionar no local que é pra ser. Quanto a essas cirurgias eletivas...
Aparecida - Eu estou pagando a um cirurgião (Dr. Miguel Neves) e a um anestegista (Dr. Antônio)...
Ricardo - A Senhora ou o Município?
Aparecida - Eu secretária, pago pela Secretaria. Eles ganham por plantão, à cada cinco cirurgias é pago um valor fixo. O hospital (de Itaporanga) disponibiliza material porque ele não faz (fora mutirão) cirurgias eletivas.
Ricardo - As que não são pagas pelo SUS, que as pessoas carentes precisam tanto, já foram feitas alguma?
Aparecida - Não, nenhuma.
Ricardo - Como é que está sendo feita essa produtividade, PABFixo? Quais critérios a Senhora está usando?
Aparecida - A produtividade, eu e o prefeito decidimos que o caminho ainda não é por aí. Estamos fazendo o diagnóstico e quem está recebendo são os coordenadores, que trabalham e produzem. Só os coordenadores.
Ricardo - Tem alguém que não é da Saúde que esteja recebendo?
Aparecida - Não!
Ricardo - Tem certeza?
Aparecida - Absoluta.
Ricardo - Pois tenho em mãos documentos mostrando que servidores do Gabinete do Prefeito estão recebendo pela Saúde...
Aparecida - Sim. Mas esse pessoal está recebendo porque está produzindo para a Saúde. A produtividade que pagamos de até R$ 500 (nível superior) e até R$ 300 (nível médio).
Ao final, o vereador, líder do bloco de oposição, agradeceu pela presença da secretária que dirimiu as dúvidas existentes.

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