Manifestantes dos movimentos sociais da Paraíba se reuniram na Assembléia Legislativa para protestar durante a visita do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Durante o protesto houve confusão com os seguranças e uma porta de vidro da Casa foi quebrada.
Das galerias, já que a audiência é pública, os manifestantes protestavam contra as posições conservadoras de Cunha, que é evangélico e se mostrou contra, por exemplo, à criminalização da homofobia e submeteu proposta para criação do 'Dia do Orgulho Hétero'. Um vídeo publicado pelo Wscom, mostra o momento em que ativistas jogam ovos no presidente da Câmara Federal. Um dos ovos quase acerta o pé do deputado Eduardo Cunha.
A sessão especial na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), trataria reforma política e o pacto federativo brasileiro. Essas atividades integram o projeto 'Câmara Itinerante', que leva parlamentares a todas as regiões do país.
Eduardo Cunha culpou os deputados estaduais Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB) pelos protestos de movimentos socais e sindicalista contra a sua pessoa. O presidente da Câmara dos Deputados também “responsabilizou o Governo do Estado pela falta de segurança no evento”.
Cunha disse que os protestos foram orquestrados por Anísio e Estela, que, segundo ele, não ligados aos movimentos e sindicatos. Cunha acusou Estela de proibir a presença e a entrada da Polícia Militar na Assembleia para fazer a segurança da sessão e dos demais parlamentares.
“É uma manifestação coordenada pelo deputado Anísio Maia, que trouxe os manifestantes da CUT para cá. Pela deputada Estela Bezerra do PSB, que parece que é ligada ao movimento LGBT. Esse dois parlamentares introduziram na Assembleia os manifestantes. Inclusive a deputada Estela impediu que a polícia viesse para dar a segurança requisitada pelo presidente da Assembleia. Acho muito estranho o Governo do Estado não ter garantido a segurança em um evento político de outra Casa, demostrando que aqui não se respeita, como Brasília respeita, a independência dos poderes”, afirmou.
Em frente à ALPB, a segurança foi reforçada com a presença de 20 homens da Polícia Militar. Acesso mesmo ao prédio do Legislativo estadual só com o crachá de imprensa ou de convidado especial. Militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) puderam acompanhar os debates. Eles levaram faixas. Uma delas dizia: "Cunha a Paraíba repudia sua presença".
Depois de meia hora de interrupção, a audiência foi retomada com o discurso do deputado federal Danilo Fortes (PMDB-CE), sobre o pacto federativo. Ele defendeu a reforma política e condenou o uso de marqueteiros nas campanhas, "para vender políticos como se fossem sabonetes".
Outros deputados também falam, mas já sem a presença de Eduardo Cunha em plenário. o presidente da Câmara Federal saiu em um carro, cercado de seguranças, pela garagem da ALPB. Os manifestantes não viram quando Cunha seguiu para o aeroporto Castro Pinto. O presidente da Câmara segue para Natal (RN) num jatinho, onde às 14h participa também de outra audiência sobre os mesmos temas.
Depois que o deputado deixou a Assembleia, 10 homens da tropa de choque se reuniram com assessores do gabinete militar da presidência dentro da garagem. Outros 10 esperavam do lado de fora.
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