O procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse que os crimes de corrupção no País matam mais do que os de homicídios. Em sua exposição no lançamento oficial da campanha "10 Medidas contra a Corrupção" nesta terça-feira, 15, Deltan afirmou que a Lava Jato chegou a tal ponto que o tema corrupção virou corrente em conversas de bar.
“O que nós vemos no Brasil é que o esquema de corrupção vai muito além do esquema Petrobrás. É um esquema político-partidário de loteamento de cargos públicos, de corrupção para fins de financiamento privado de campanha e preencher os bolsos dos próprios corruptos e corruptores. Esse é o grande esquema, esse é o cenário. A Lava Jato não trata hoje apenas de Petrobrás, mas trata de um grande esquema político-partidário”, disse o procurador.
A Operação Lava Jato tinha como alvo grupos de doleiros, chegou a diretorias estratégicas da Petrobrás e avança sobre contratos de outros órgãos públicos, Caixa Econômica Federal, Ministério da Saúde e Ministério do Planejamento. Dallagnol declarou que o objeto central da apuração é a corrupção político-partidária.
“É uma investigação em plena expansão, porque ela está desvelando um modo de fazer política em nosso País. Não é ônus de governo federal, mas é algo que existe de modo disseminado. Hoje, o objeto do caso Lava Jato é corrupção político-partidária, com desvio de dinheiro público para financiamento eleitoral e para engordar os bolsos das próprias pessoas que praticam a corrupção. É um esquema grande de loteamento de cargos públicos”, sustenta Dallagnol.
"Vivemos um momento único e, se o perdermos, talvez não tenhamos outro. Por isso é preciso cobrar medidas de combate à corrupção, não só dos parlamentares", disse. O ato de coleta de assinaturas de apoio ao projeto, que será levado ao Congresso, ocorre na sede da Procuradoria da República em São Paulo, onde foi feito o lançamento. (AE)
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