quarta-feira, 11 de maio de 2011

Na AL: Secretário reafirma herança maldita e oposição demente discurso ao mostrar números

Direto de João Pessoa - O secretário estadual da Saúde, Walson Souza, foi sabatinado na manhã desta quarta-feira (11), pelos deputados estaduais no plenário da Assembleia Legislativa. Acompanhado do secretário de Governo, Walter Aguiar, ele apresentou a atual situação da saúde no Estado e novamente criticou a gestão do ex-governador José Maranhão (PMDB), que segundo ele, deixou um débito de mais de R$ 140 milhões na pasta. De acordo com Waldson, desde que Ricardo Coutinho (PSB) assumiu em janeiro deste ano, muitas dívidas já foram negociadas com empresas e que o governo já apresentou despesas na área em torno de R$ 54,2 milhões nos quatro primeiros meses. No entanto, o débito real no Estado ainda está em torno dos R$ 32 milhões.
O secretário disse ainda que a crise da saúde na Paraíba não é culpa exclusivamente dos municípios, mas sim da falta de uma pactuação entre o Governo Federal, Governo do Estado e prefeituras municipais. “Os municípios passam por grandes dificuldades, uma vez que vivem administrando a saúde exclusivamente com recursos do governo federal e isso acaba gerando grandes problemas para a população”, comentou em plenário.
Hospital de Trauma
Ele também apresentou o cronograma de inauguração do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande e garantiu o funcionamento do equipamento já no mês de junho. “Estão sendo adotadas todas as providências para inaugurar aquele hospital, que vai trazer muitos benefícios para a população de Campina e cidades que estão naquele entorno. O governo está concluindo a plenitude administrativa e funcional para o pleno funcionamento do equipamento”, disse. Já sobre as denúncias de mau funcionamento e gestão do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, o secretário reconheceu o problema, apresentou fotos e prometeu ações imediatas para a melhoria do atendimento na instituição.
Cooperativas
Sobre a negociação com as cooperativas médicas, Waldson disse que o governo encontrou uma pendência no pagamento dos médicos desde agosto do ano passado, e que elas trabalhavam sem contrato regularizado perante a Secretaria de Saúde. “Nenhuma cooperativa tinha contrato com o Estado. O trabalho era fruto de acordo firmado com outros governos, mas sem regularização. Hoje a situação é outra e esses contratos já foram regularizados”, comentou.
Infraestrutura
Durante a sua explanação, o secretário ainda prometeu investimentos na área de infraestrutura, a exemplo da reforma e ampliação do Hospital Regional de Patos e da Maternidade Arlinda Marques, que segundo ele, passará a oferecer cirurgias de alta complexidade. Waldson reconheceu que existem problemas pontuais e isolados no Estado e que estão sendo solucionados a curto, médio e longo prazo. “Estamos trabalhando para melhorar a saúde da Paraíba e vamos conseguir na base do diálogo com a população”, frisou o secretário.
Discordância dos deputados
Propositor da sessão especial, o deputado estadual Aníbal Marcolino (PSL) desmentiu em plenário o secretário Waldson de Souza e disse que o governo Maranhão, na gestão do ex-secretário de Saúde, José Maria de França, deixou um saldo positivo de R$ 35 milhões em caixa, mais R$ 29 milhões a receber, fruto da dívida dos municípios com o Estado na área de saúde.
“Ele (o secretário, Waldson de Souza) disse uma inverdade, que existia um débito e eu provei através de extrato bancário que o governo anterior deixou R$ 35 milhões em caixa e ainda R$ 29 milhões a receber dos municípios que tinham pactuação com o Estado. Para você ter uma ideia, desse total só João Pessoa devia R$ 6 milhões por prestação de serviços no Arlinda Marques, na Frei Damião e no Hospital de Trauma e no Clementino Fraga”, acusou o deputado.
Aníbal ainda denunciou e questionou o secretário sobre a perseguição de servidores estaduais da área de saúde, a falta de medicamentos no Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcional (Cedmex) e os problemas identificados hospitais recém inaugurados, como é o caso das unidades de Itabaiana e Queimadas.
“Tem perguntas que ficarão sem respostas, a exemplo da perseguição de servidores efetivos, funcionários com mais de 20 anos de serviço que foram devolvidos a Secretaria de Saúde simplesmente porque assumiram cargos de chefia e coordenação na gestão passada. Eles estão indo apenas assinar o ponto, mas sem trabalhar. Estamos vivendo uma época de terrorismo”, disse.
Sem ações efetivas
O deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) criticou a ausência de ações concretas no discurso do secretário Waldson de Souza. Segundo o parlamentar, o secretário apenas repetiu os números apresentados pelo governador nos 100 dias de governo, sem apresentar medidas efetivas para a saúde. “Ele utilizou 90% do seu tempo na tribuna para falar do diagnóstico, de como encontrou a saúde, de números, dados, dívidas, no entanto, apenas em 10% ele tratou da questão objetiva. Então isso demonstra que o secretário parece que não assumiu a pasta. É aquela mesma ladainha, apresentando números que já foram discutidos pelo governador nos 100 dias. Nós precisamos discutir ações reais e concretas para a saúde da Paraíba e não continuar nessa política de olhar para trás e jogar a culpa no governo passado”, comentou Cartaxo. (wscom)

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