“Essas meninas estão levando a música nordestina de uma forma muito bonita”. A frase elogiosa foi dita por Dominguinhos e registrada no DVD “Clã Brasil canta Dominguinhos”, do grupo Clã Brasil, gravado ao vivo em João Pessoa (PB), em homenagem ao músico veterano do forró, que completou 70 anos em fevereiro. A banda feminina, que já tem passagens por várias cidades brasileiras e também por países da Europa, faz apresentações em São Paulo.
O show-tributo teve origem após o Clã Brasil ser convidado para participar de um documentário realizado pela TV Globo Nordeste, por ocasião do aniversário de Dominguinhos. O violonista, compositor e fundador do grupo, José Hilton, o Badu, conta que fizeram um estudo profundo na obra do mestre da sanfona, que resultou em um material rico de novos rearranjos do trabalho original do instrumentista.
Daí surgiu a ideia de transformar o material em um especial em DVD, com duas participações especiais do discípulo de Luiz Gonzaga. Nas faixas “Onde Está Você” e “Pé de Poeira”, Dominguinhos atua no manejo do acordeão e solta a voz ao lado do grupo formado por outros quatro músicos, além das quatro meninas cantoras e multi-instrumentistas.
As raízes
A carreira do Clã Brasil começou de forma bastante informal na Paraíba. Badu, acompanhado da mulher, Maria José, e das filhas Lucyane, Laryssa e Lizete, fazia reuniões na casa da família para tocar um “bom forró pé de serra”. O violonista conta que os vizinhos ouviam as canções e iam para a rua dançar na frente da casa. “A gente tocava, brincava e alegrava o pessoal com a nossa música”, lembrou. Para completar a formação do Clã Brasil, chegaram Fabiane, que toca cavaquinho e violão, e seu irmão Francisco, que assumiu a percussão do grupo.
O salto do amadorismo da banda independente para a repercussão internacional se deu com a participação da banda no DVD “O Poeta do Som”, do músico Sivuca, gravado em 2006, ano de sua morte. Lucyane, instrumentista, cantora e atual produtora do Clã Brasil, conta que Sivuca estava muito debilitado no período da gravação, mas fez questão de fazer uma canção exclusiva para o grupo: “Visitando Zabelê”, que foi incluída no DVD.
O vídeo da participação com Sivuca foi parar no YouTube e, em seguida, veio o convite de um empresário para a banda fazer uma apresentação na Itália. O conjunto também já deixou a marca da Paraíba pela Alemanha, Portugal e Estônia. Laryssa, responsável pelo som da zabumba e do violino, conta que a recepção dos estonianos no festival “Viljand Folk Music Festival”, em 2009, foi uma das mais calorosas já recebidas pela banda. As integrantes lembram que ensinaram passos de forró para o público do leste europeu, que caiu no molejo nordestino. “Parecia que a gente estava em uma festa brasileira”, arrematou Badu.
O efeito “bis”
Laryssa acredita que, quando o Clã Brasil vai fazer um show em um local que o público ainda não o conhece, há sempre uma surpresa, pois não são só meninas bonitas em um palco, são instrumentistas. “As cortinas se abrem e a platéia grita 'gatinha', faz 'fiu fiu'", brincou. "Mas quando começamos a tocar, o público fica calado, olhando. Do meio para o final do show, começam a dançar, aplaudem, pedem bis, querem tirar fotos com a gente”, completou.
Isso aconteceu, por exemplo, na sala do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, quando participaram do show “Paraíba Puxa o Fole”, realizado na última sexta (19). O evento foi uma iniciativa do músico Chico Cesar, atual Secretário da Cultura da Paraíba. “Ele tem nos ajudado bastante promovendo o intercâmbio de artistas nordestinos por outras regiões do Brasil”, contou Badu. E, de arcordo com a zabumbeira do Clã Brasil, as batidas das palmas paulistanas foram unânimes.
Os próximos passos
“Acredito que o trabalho que está por vir será um grande marco em nossa história”, revelou Lucyane ao apresentar o próximo projeto do grupo. Será um álbum inteiramente autoral para comemorar os dez anos de trajetória do Clã Brasil pelos palcos nacionais e europeus, a ser gravado em Recife, em janeiro de 2012.
Além disso, Badu adianta que outro artista entrou em contato com eles para gravar ao lado do grupo: Alceu Valença. E o os projetos não param por aqui. Outra homenagem virá para somar à discografia de cinco CDs e dois DVDs do Clã Brasil: o compositor Rosil Cavalcanti, principal parceiro de Jackson do Pandeiro, vai ser o tema de um novo disco.
Para quem quiser ver as “meninas de Dominguinhos” e ouvir de perto “o forró bonito do Nordeste”, o grupo toca no próximo sábado (27), na casa de shows Canto da Ema, na capital paulista. (com Bol)
O show-tributo teve origem após o Clã Brasil ser convidado para participar de um documentário realizado pela TV Globo Nordeste, por ocasião do aniversário de Dominguinhos. O violonista, compositor e fundador do grupo, José Hilton, o Badu, conta que fizeram um estudo profundo na obra do mestre da sanfona, que resultou em um material rico de novos rearranjos do trabalho original do instrumentista.
Daí surgiu a ideia de transformar o material em um especial em DVD, com duas participações especiais do discípulo de Luiz Gonzaga. Nas faixas “Onde Está Você” e “Pé de Poeira”, Dominguinhos atua no manejo do acordeão e solta a voz ao lado do grupo formado por outros quatro músicos, além das quatro meninas cantoras e multi-instrumentistas.
As raízes
A carreira do Clã Brasil começou de forma bastante informal na Paraíba. Badu, acompanhado da mulher, Maria José, e das filhas Lucyane, Laryssa e Lizete, fazia reuniões na casa da família para tocar um “bom forró pé de serra”. O violonista conta que os vizinhos ouviam as canções e iam para a rua dançar na frente da casa. “A gente tocava, brincava e alegrava o pessoal com a nossa música”, lembrou. Para completar a formação do Clã Brasil, chegaram Fabiane, que toca cavaquinho e violão, e seu irmão Francisco, que assumiu a percussão do grupo.
O salto do amadorismo da banda independente para a repercussão internacional se deu com a participação da banda no DVD “O Poeta do Som”, do músico Sivuca, gravado em 2006, ano de sua morte. Lucyane, instrumentista, cantora e atual produtora do Clã Brasil, conta que Sivuca estava muito debilitado no período da gravação, mas fez questão de fazer uma canção exclusiva para o grupo: “Visitando Zabelê”, que foi incluída no DVD.
O vídeo da participação com Sivuca foi parar no YouTube e, em seguida, veio o convite de um empresário para a banda fazer uma apresentação na Itália. O conjunto também já deixou a marca da Paraíba pela Alemanha, Portugal e Estônia. Laryssa, responsável pelo som da zabumba e do violino, conta que a recepção dos estonianos no festival “Viljand Folk Music Festival”, em 2009, foi uma das mais calorosas já recebidas pela banda. As integrantes lembram que ensinaram passos de forró para o público do leste europeu, que caiu no molejo nordestino. “Parecia que a gente estava em uma festa brasileira”, arrematou Badu.
O efeito “bis”
Laryssa acredita que, quando o Clã Brasil vai fazer um show em um local que o público ainda não o conhece, há sempre uma surpresa, pois não são só meninas bonitas em um palco, são instrumentistas. “As cortinas se abrem e a platéia grita 'gatinha', faz 'fiu fiu'", brincou. "Mas quando começamos a tocar, o público fica calado, olhando. Do meio para o final do show, começam a dançar, aplaudem, pedem bis, querem tirar fotos com a gente”, completou.
Isso aconteceu, por exemplo, na sala do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, quando participaram do show “Paraíba Puxa o Fole”, realizado na última sexta (19). O evento foi uma iniciativa do músico Chico Cesar, atual Secretário da Cultura da Paraíba. “Ele tem nos ajudado bastante promovendo o intercâmbio de artistas nordestinos por outras regiões do Brasil”, contou Badu. E, de arcordo com a zabumbeira do Clã Brasil, as batidas das palmas paulistanas foram unânimes.
Os próximos passos
“Acredito que o trabalho que está por vir será um grande marco em nossa história”, revelou Lucyane ao apresentar o próximo projeto do grupo. Será um álbum inteiramente autoral para comemorar os dez anos de trajetória do Clã Brasil pelos palcos nacionais e europeus, a ser gravado em Recife, em janeiro de 2012.
Além disso, Badu adianta que outro artista entrou em contato com eles para gravar ao lado do grupo: Alceu Valença. E o os projetos não param por aqui. Outra homenagem virá para somar à discografia de cinco CDs e dois DVDs do Clã Brasil: o compositor Rosil Cavalcanti, principal parceiro de Jackson do Pandeiro, vai ser o tema de um novo disco.
Para quem quiser ver as “meninas de Dominguinhos” e ouvir de perto “o forró bonito do Nordeste”, o grupo toca no próximo sábado (27), na casa de shows Canto da Ema, na capital paulista. (com Bol)
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