terça-feira, 20 de outubro de 2015

CPI comandada por Hugo Motta produz a maior pizza da história do Legislativo...

O que dizer de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para investigar o maior escândalo de corrupção já revelado na história do Brasil e que termina, pelo menos até agora, sem vestígios de qualquer indiciamento? Esse é o resultado preliminar da comissão comandada pelo deputado federal paraibano Hugo Motta (PMDB) que, após a votação do relatório, deve retornar sem demora ao baixo clero da Casa.
Hugo Motta certamente terá tempo para se recuperar do vexame de passar oito meses à frente da CPI da Petrobrás, com acesso a documentos e depoimentos de suspeitos, e não acrescentar nada sobre o caso. Pior, admitir o relatório do deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) que isenta políticos acusados de envolvimento no esquema e põe tudo na conta das delações e das empreiteiras. Como se elas, sozinhas, tivessem criado o cartel e roubado o governo.
O relatório, acreditem, não encontrou provas do envolvimento do deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o mesmo cujas contas na Suíça foram escancaradas recentemente. Tem documento adoidado mostrando isso. E para acabar, a cereja no bolo: o documento isenta a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, Sérgio Gabrielli e Graça Foster, além de outros 62 políticos envolvidos nas investigações da Lava-Jato.
“Em que pesem as inúmeras notícias veiculadas recentemente sobre contas bancárias no exterior das quais o deputado Eduardo Cunha seria beneficiário, o fato é que esta CPI não recebeu prova alguma destas afirmações, não cabendo a este relator adotar providências”, diz um dos trechos do relatório apresentado por Luiz Sérgio, o mesmo que era tratado como menino de recado de Dilma Rousseff no Congresso.
Trocando em miúdos, Hugo Motta foi escolhido para presidir a CPI por Eduardo Cunha com a missão de isentá-lo, seja qual fosse a acusação. Para piorar, o parlamentar paraibano era visto constantemente ao lado do investigado em jogos de futebol e outros eventos sociais. Luiz Sérgio, o relator, é difícil desconsiderar o seu papel de de vassalo petista. Resumo da ópera: oito meses de trabalho e nada de prático. (com Suetoni Souto Maior)

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