A morosidade da justiça é tema que tem suscitado inúmeras discussões no cenário jurídico nacional. A nação brasileira se pergunta que medidas precisam ser tomadas para atacar a raiz
desse mal? O que nós, cidadãos, servidores, os operadores do
Direito em geral, podemos fazer para contribuir nessa luta que é de
interesse geral da nação? São perguntas que clamam por respostas. Não
se pode mais admitir que bens jurídicos como a vida e a saúde sejam
colocadas em risco pela simples demora no trâmite de um processo, de
maneira que o tempo muitas vezes é pior do que o próprio litígio em si.
Pois bem, em 17 de junho de 1959 o atual presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Cezar Peluso, tinha 16 anos. Um de seus colegas de
Corte, José Antonio Toffoli, nem era nascido. Nesse dia, o então
procurador-geral da República, Carlos Medeiros Silva, entrou com uma
ação no Supremo que até hoje não foi julgada. É a mais antiga em
tramitação no tribunal, com mais de 52 anos de idade.
O primeiro
relator, ministro Candido Motta Filho, aposentou-se em 1967 e morreu dez
anos depois. Depois dele, outros oito ministros estiveram à frente do
processo - que sempre passou de mão em mão ao longo das gerações e nunca
foi decidido. Neste mês, a ação deve entrar na pauta de julgamentos do
plenário. Peluso, o atual relator, recebeu o caso em 26 de junho de
2003. O voto está pronto.
Quando a ação foi proposta, o STF não
ficava na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e sim no número 241 da
Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro. Com a mudança de endereço, em
abril de 1960, a ação foi levada para a nova capital. Os autos
contabilizam 12 volumes e três apensos - ao todo, 2.449 páginas repletas
de ácaro. As primeiras folhas estão amareladas e precisaram ser
reconstituídas para não desintegrar.
Outras páginas não resistiram ao
tempo e ficam guardadas em sacos plásticos para não serem perdidas de
vez. A grafia era outra, e o nome do país também: nas folhas timbradas,
lê-se: República dos Estados Unidos do Brasil. Deu-se à causa o valor de
Cr$ 100.000.
(da Redação com CongressoemFoco)
(da Redação com CongressoemFoco)
Nenhum comentário:
Postar um comentário