O senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, confirmou nesta sexta-feira (17), em entrevista ao programa Tambaú Debate (rádio 102.5 FM), que seu partido vai protocolar pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal nos próximos dias.
Questione-se: o que levou o PSDB a assumir essa posição depois do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmar que não havia razão para tal?
O argumento em voga é o da possibilidade de enquadramento da presidente Dilma Rousseff no crime de responsabilidade em razão da prática de pedalada fiscal constatada pelo Tribunal de Contas da União.
O caso é o fato de o governo federal te deixado de repassar verbas do seguro desemprego, Bolsa-família e outros programas sociais para os bancos oficiais, que pagaram a conta, simplesmente para ajudar na meta de superávit fiscal.
Seria o achado do fato concreto, uma vez que o nome da presidente não apareceu no meio do turbilhão escândalos que estão sendo investigados. Mas, será? Um bom jurista não teria encontrado, lá atrás, outro deslize presidencial para justificar o processo de impeachment? O PSDB não revela toda a verdade. O que faz os tucanos decidirem em arriscar o pedido tem coloração bem política.
O primeiro deles talvez tenha sido a queda de popularidade do ex-presidente Lula. Não adiantava tirar Dilma se, na possibilidade de uma nova eleição, o PT voltaria triunfante ao governo com o nome de Lula. Já teve pesquisa dando Aécio Neves ligeiramente à frente de Lula. É o que anima o PSDB.
A outra razão talvez seja a de agradar às ruas. Pesquisas feitas durante protestos indicam que a grande maioria das pessoas que vão às ruas quer o impeachment de Dilma.
Os tucanos devem ter percebido que não dá para sustentar mobilização apenas com o tema de combate à corrupção. É preciso dispor de uma bandeira finalística mais concreta. Por isso, o PSDB abraça a bandeira do impeachment.
Além disso, é a forma mais direta de tentar fazer pregar os escândalos na imagem da presidente Dilma Rousseff.
Se não der certo o impedimento no Congresso, a campanha poderá fazê-la sangrar até a próxima campanha eleitoral. Eis as verdadeiras razões tucanas. (Por Josival Pereira)
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