terça-feira, 16 de abril de 2013

Caos na saúde da PB: Hospitais sem médicos intensivistas, CRM interdita UTIs e sem reajuste até dia 27 os médicos vão abandonar os plantões.

O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) e o Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (COREM-PB) fizeram inspeções em hospitais de todo o estado. A falta de médicos e de estrutura adequada condenou o funcionamento de alguns setores do Hospital Regional Janduhy Carneiro, em Patos, do Hospital Regional de Guarabira, do Hospital Edson Ramalho e do Complexo Hospitalar de Doenças Infecto-Contagiosas Dr. Clementino Fraga, em João Pessoa.
O procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, levantou a hipótese de cartelização das cooperativas e garantiu que já acionou o Ministério Público. Segundo ele, não há justificativas para os médicos vinculados às cooperativas paralisarem suas atividades, uma vez que o Governo já concedeu dois reajustes ao longo de dois anos e quatro meses de gestão. No último domingo (14), em Patos, por causa da falta de especialistas em Cirurgia Torácica, cinco pacientes ficaram sem atendimento e um deles acabou morrendo.
De acordo com o responsável pelas fiscalizações do CRM, Eurípedes Mendonça, Patos só conta com cinco leitos e não possui um leito exclusivo para isolamento, que é indispensável. Conforme ele, já foi dada entrada em uma ação civil pública por danos morais coletivos, contra o Governo do Estado, na Justiça Federal e caso o problema não seja resolvido o Hospital Regional de Patos poderá ser interditado. 
Gilberto Carneiro disse que não está havendo desassistência de médicos nos hospitais: "O que houve foi uma notificação feita por parte de três cooperativas, sendo duas de anestesiologistas e outra de médicos intensivistas, que pedem um reajuste de 15% sobre cada plantão médico. Eles dizem que se não houver o reajuste até o dia 27 de abril, vão abandonar os plantões nos hospitais", comentou. Segundo ele, os médicos estão abandonando os plantões e se articulando com o CRM para que haja a interdição: "Já denunciamos ao Ministério Público no sentido de apontar fortes indícios de carterização das cooperativas", disse.
Carneiro explicou que o Estado paga um plantão de R$ 2,2 mil às cooperativas por um plantão de 24h. "É o maior plantão da região Norte-Nordeste e chega a ser mais alto que os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. não há justificativa para o médicos vinculados às cooperativas paralisarem suas atividades. Qualquer omissão de socorro ou óbito que venha ocorrer em razão de ausência médica por questões salariais, a Procuradoria Geral do Estado vai acionar civilmente e criminalmente os responsáveis, sejam os médicos cooperados ou os presidentes de cooperativas", decalrou.

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