Casarão de Pitanga relata a história do município
A tradição e a modernidade travam uma
batalha constante no cotidiano de Itaporanga. Enquanto casarões antigos e
prédios que outrora foram cenário de grandes revoluções culturais
desaparecem - vítimas da ação do tempo e do esquecimento - ou dão lugar
a novas edificações aos moldes da atualidade, faz-se necessário instituições que resistem às intempéries da
contemporaneidade e possam atravessar séculos, sem perder um bem
precioso: a história.
Faz-se
necessário em Itaporanga, para a convivência hamoniosa entre o velho e o
novo, instituições que mostrem que é possível preservar a memória
tendo o passado como alicerce, mas o presente como guia. A harmonia
entre o antigo e o moderno é que deve desenhar os contornos do visual da
cidade. Há casarões, muito mais que um prédio histórico, que representa
o coração do desenolvimento e do progresso de Itaporanga.
Um
exemplo é o casarão aonde morou um nome histórico de Itaporanga: o
ex-prefeito Praxedes da Silva Pitanga. Trata-se de uma edificação que
relata a história do município, a sabedoria e o senso de progresso dos
filhos da terra. Pois, chega ao blog informação de que membros da
Família Pintanga, que residem em João Pessoa, decidiram colocar a
venda o casarão por um valor que chegaria aos R$ 600 mil.
Uma
pena que o poder público não possa desembolsar tamanha quantia para
adquirir tamanho valor histórico. Ali poderia ser implantado um museu ou
até instalado o Instituto do Patrimônio Histórico do Município. Como
disse, esse casarão relata a história da 'Rainha do Vale', de
Misericórdia à Itaporanga. O crescimento da cidade de Itaporanga foi
pensado a partir da construção desse casarão.
O casarão de Pitanga [na parte inferior da foto] cresceu a cidade rumo a oeste
Prefeito à época, Pitanga foi o
responsável pelo novo trajeto urbano da cidade. As ruas da velha
Misericórdia eram todas construídas no sentido norte-sul. Ali novas ruas
pôr ele projetadas são todas no rumo oeste. Vejam as Avenidas Getúlio
Vargas, Soares Madruga, Horácio Gomes, 13 de Maio, São José, Dr. Manoel
Maia e outras. Para estimular construção de prédios nas artérias
projetadas ele próprio mandou edificar uma enorme casa, onde até dias
atrás funcionava o Caps 1 (foto acima), e um dos maiores hotéis do sertão, na Getúlio
Vargas. O hotel desapareceu e no terreno foi construído o complexo
comercial Francisco Pinto Brandão e Filhos, aonde atualmente está
localizado o Lojão Rio do Peixe e a agência do Branco do Nordeste.
Como
podemos observar Praxedes Pitanga era um execelente visionário e
enxergava, como poucos da época, o horizonte para onde Itaporanga
deveria crescer. Na localidade aonde construiu seu casarão só existia
mato e hoje, dali em diante, a começar pelo Terminal Rodoviário, há
centenas de casas e em torno de quatro mil moradores.
Pitanga
foi o responsável também pela mudança do nome da cidade: de
Misericórdia para Itaporanga, numa disputa histórica e muitos decretos
depois. O levante de princesa Isabel
o encontrou em Itaporanga de arma em punho, lutando contra os
perrepistas. A sua ação valeu-lhe o cargo de representante do Ministério
Público na comarca. Em 1937 foi nomeado interventor de Antenor Navarro,
hoje São João do Rio do Peixe, mas em dezenbro daquele mesmo ano foi
nomeado pelo então governador Argemiro de Figueiredo prefeito de
Itaporanga. Vindo a ser prefeito mais uma vez na década de 50, só que
desta vez eleito pelo povo.
Pintando renunciou à Prefeitura para se candidatar a Deputado Federal,
pelo PTB, indo para o Congresso Nacional onde se destacou de 1955 a 1958
pelas matéria que apresentou, os dicursos que pronunciou e as atitudes
que adotou nos momentos mais difícies da vida nacional, como a votação
pelo impedimento de Café Filho e Carlos Luz, quando votou contra. Em
1962 tentou voltar à Câmara Federal, ficando numa suplência ao lado de
Raimundo Asfora. Depois deste insucesso resolveu abandonar a política, em 1967, quando voltou à condição de Promotor de Justiça.
Pitanga aposentou-se com as honras de Desembargador com as vantagens
financeiras compatíveis ao cargo. Foi casado com Maria Regina Guedes
Pitanga e desta união nasceram Marcelo, Maximiano, Frederico Augusto
(ex-secretário municipal de Infra-Estrutura de João Pessoa e hoje secretaria estadual de Infra-Estrutura) e Maria Alzira.
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