quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Cássio e Vené afinam discurso: "adesão de prefeitos é importante mas não garante eleição".

Muito interessante a análise feita pelo professor aposentado da UFPB, Jônatas Frazão, enviado ao Blog, sobre recentes declarações do ex-prefeito Veneziano e o senador Cássio Cunha Lima a respeito das adesões de prefeitos anunciadas festivamente pelo governador Ricardo Coutinho. Veneziano e Cássio, como se sabe, subestimaram as adesões.
Os dois falaram no mesmo diapasão, para afirmar que a adesão de prefeitos pode ser importante, mas não decide eleição. Cássio, inclusive, cita a eleição de Ronaldo Cunha Lima contra Wilson Braga, quando tinha apenas 17 prefeitos, contra todo o resto. O mesmo ocorreu com ele próprio em 2002. E é curioso como Veneziano e Cássio tenham o mesmo discurso nesse momento.
Na íntegra: “A liderança política de qualquer cidadão é mensurada por duas realidades: mandato e carisma popular. Cássio, hoje, tem mandato e carisma. Veneziano, apenas o carisma. Para efeitos de comentário, vamos excluir o item ‘mandato’, até para que eu não seja crucificado por não incluir nesta análise o atual governador Ricardo Coutinho, que é uma liderança, hoje, pelo mandato que exerce, mas que de carisma deixa a desejar.
Cássio e Veneziano são dois homens públicos competentes e de extrema inteligência, isso ninguém pode negar. Ambos tem experiência administrativa, sensibilidade política e capacidade de enxergar bem à frente, aonde olhos de outros não conseguem alcançar.
Esta semana, Veneziano foi ao sertão do estado e, pelas entrevistas que concedeu e pela repercussão nas redes sociais e sites de notícias, tem uma opinião bem formada sobre as notícias das recentes adesões de prefeitos ao projeto político de reeleição do atual governador, Ricardo Coutinho.
Veneziano disse que a adesão de prefeitos é importante, mas não garante a vitória numa eleição. Segundo ele, a história mostra que vários candidatos, num passado recente da Paraíba, foram às urnas com apoio maciço da esmagadora maioria dos prefeitos e não lograram êxito. “Olha, contabilizar prefeitos adesistas é importante, mas não é fundamental e decisivo”, disse Veneziano.
Com esta afirmação, Veneziano não apenas marcou posição firme em relação a um assunto que poderia estar lhe tirando o sono, como desqualificou o discurso e a estratégia de seu concorrente direto, Ricardo Coutinho.
Dois dias depois foi a vez de Cássio comentar o assunto. Em entrevista, ele veio exatamente com o mesmo discurso de Veneziano. “O prefeito é importante no processo eleitoral, mas não garante a eleição. Quem decide eleição é o povo. Tanto faz ser senador, governador ou presidente da república. Não tem matemática, não tem regra. O que vale mesmo é a decisão livre e independente de cada eleitor, a soberania do voto”.
Cássio foi mais além em sua também estratégia de desconstruir o discurso de Ricardo Coutinho e lembrou que seu pai, Ronaldo Cunha Lima, quando disputou sua primeira eleição, tinha o apoio de apenas seis dos então 151 municípios paraibanos da época. “Eu também, em 2002, tinha o apoio de poucos prefeitos”.
É bom lembrar que na eleição passada o então candidato do PMDB José Maranhão chegou a contabilizar o apoio, no primeiro turno, de nada mais nada menos que 194, dos 223 prefeitos paraibanos. E deu no que deu.
Se continuar com essa estratégia de tentar criar cenário positivo com o anúncio de adesão de prefeitos, muitos deles, inclusive, da sua própria base aliada, como é o caso de prefeitos do PDT, PSD, DEM e outros partidos, Ricardo Coutinho poderá cair na armadilha da qual ele próprio se beneficiou em 2010.” (com Helder Moura)

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