Sem meias palavras, o arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto (foto), em entrevista à Célio Alves, neste fim de semana, disse os motivos que, para ele, levaram o Papa à renúncia. Dom Aldo lembrou que já no discurso de posse Bento XVI dizia-se despreparado para o cargo. De acordo com o arcebispo, o Papa, numa entrevista publicada num livro, afirmou a possibilidade de passar o comando da Igreja, dando oportunidade a outros. “Ele frisava muito a questão da colegialidade”, ressaltou Dom Aldo.
O arcebispo chamou a atenção para o fato de que a Igreja Católica tem um espírito monárquico, mas não absolutista, se assemelhando ao Parlamentarismo. “Para mim não foi muita surpresa porque ele – Bento XVI – já dava também sinais contundentes de uma linha de diálogo, de abertura, mas ele viu, certamente, muita podridão lá dentro (Vaticano)”, declarou o arcebispo. Para Dom Aldo, a debilidade física pesou na decisão do Papa, mas o conflito de interesses administrativos, financeiros e patrimoniais concorreu bastante, além dos escândalos que surgiram durante o papado.
Por fim, o arcebispo da Paraíba disse que as declarações de Bento XVI após o anúncio de que vai renunciar deixam claro que ele quer arejamento na Igreja Católica. “Ele quer uma limpeza, uma primavera”, completou.
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