Por Agnaldo Almeida
Foi divertido ler e ouvir explicações retardadas de alguns experts que apostavam na vitória de José Maranhão no primeiro turno das eleições para governador na Paraíba. Como os números não mentem, cabia realmente a eles fazer este tipo de mea culpa. As pesquisas mentiram o tempo todo, estimularam avaliações precipitadas, segundo as quais o candidato do PMDB já estaria eleito e o que se viu, no domingo a noite, foi a festa dos ricardistas, que não só evitaram a vitória de Maranhão no primeiro turno, como saíram na frente.
Mas, para não criar confusão, comecemos do começo: Maranhão perdeu duplamente a disputa de domingo. Pode até reverter o quadro, quem sabe do futuro? Diz-se que ele perdeu duplamente porque já tinha como favas contadas a vitória no primeiro turno e, assim pensando, usou e abusou da soberba, deixando de ir aos debates como se já se considerasse dono do Palácio da Redenção.
Maranhão é um político experiente, calculista e sabe que, apesar das recomendações de sua assessoria, não deveria ter se comportado assim, evitando o debate franco e direto com os seus opositores. Não há motivo para que ele fuja dos debates. Isso foi uma maluquice da turma dos bajuladores. Maranhão sabe discutir as coisas, tem conhecimento dos problemas do Estado e inexplicavelmente deixou-se levar por esta ideia de que o melhor seria evitar o confronto. Numa campanha política, o confronto é sempre a melhor saída. Mesmo errando, o candidato que comparece aos debates faz papel mais bonito do que aquele que, presunçosa e deliberadamente, a eles se recusou.
Ricardo ganhou o primeiro turno e está com tudo para repetir a dose no próximo dia 31 porque está fazendo uma campanha correta, apesar dos percalços iniciais. O coletivo chegou a atrapalhar, questionando as suas alianças, mas agora, penso eu, não tem mais motivo para colocar novos argumentos contra o que foi feito. Sem a aliança, Ricardo não teria saído vitorioso neste primeiro turno. As votações que obteve em João Pessoa e Campina Grande, sem contar Patos, Piancó, Conceição, Guarabira e outras cidades o credenciam como liderança estadual
Ele soube fugir do radicalismo e hoje comemora o acerto de sua decisão. O segundo turno não é uma nova eleição. É continuação desta que se realizou domingo passado. Se não cometer erros, se não se deixar levar pelo salto alto, Ricardo Coutinho será o novo governador da Paraíba. Aliás, se isto acontecer, tem tudo para ser um grande governador. Ele e a sua equipe só não podem esquecer uma coisa: a presunção derrotou Maranhão, portanto, não é boa companheira.
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