O comerciante paraibano José
Ilton Lopes da Silva, de 51 anos de idade, foi preso esta semana em São Paulo como principal acusado de receptação de jóias
roubadas. Natural do município de Piancó, ele mantinha seu escritório na
região da Praça da Sé, no Centro de São Paulo, havia pelo menos 30
anos.
Conhecido no ramo de compra e venda de jóias, ele foi preso acusado
de receptação de peças roubadas em casas e semáforos de bairros nobres.
Na sala mantida por ele, sem alvará nem empresa aberta, foram
apreendidos 150 itens, entre pedras preciosas, relógios de grife e anéis
feitos sob encomenda.
Para a polícia, Silva era um dos principais receptadores de produtos
"sem origem" da cidade. Segundo investigadores, os "negócios" do acusado
incluem até equipamentos eletrônicos. Ao ser preso, Silva estava com um
iPhone roubado há uma semana de um casal em um semáforo da Avenida 9 de
Julho.
Segundo o delegado Júlio César Teixeira, da 2.ª Delegacia de
Repressão ao Roubo de Joias do Departamento de Investigações sobre Crime
Organizado (Deic), as investigações começaram há três meses, por meio
de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. "Ele (Silva) comprava
as jóias por menos da metade do que elas valem", afirma. "Estamos
investigando sua relação com ladrões, inclusive o que roubou o celular
do casal."
Investigação - O acusado também é suspeito de derreter ouro no escritório, onde
foram encontradas pérolas e outras pedras soltas. Além das jóias, foram
recolhidos equipamentos para testar autenticidade do ouro, uma balança e
uma máquina fotográfica digital, provavelmente usada para divulgação
dos produtos na internet. Para atrair clientes, a polícia diz que Silva
usava os chamados homens-placa do centro.
O delegado não descarta a possibilidade de as joias
pertencerem a grandes joalherias de shoppings. "Isso tudo será
investigado. Sabemos que um anel é de uma designer e já entramos em
contato. É uma peça exclusiva, que pode ter sido feita por encomenda."
No escritório, policiais encontraram extratos de várias contas
bancárias de Silva, indicando valores entre R$ 50 e R$ 60 mil. Havia
ainda R$ 3 mil em dinheiro, cheques em branco e outros talões novos.
Agora, as joias e os relógios passarão por perícia e o delegado espera
que vítimas compareçam ao Deic para reconhecimento dos objetos.
O escritório de Silva, na Rua Benjamin Constant, seria alugado. O
dono do imóvel não foi localizado pela reportagem nem os advogados do
acusado. (com Estadão)
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