Os agricultores paraibanos preferem cortar até 10 toneladas de cana-de-açúcar por dia nos canaviais paulistanos para garantir uma diária de R$ 30,00 mesmo que para isso tenham de enfrentar exploração e acidentes de trabalho, do que se dedicar à agricultura paraibana. Especialistas e técnicos agrícolas afirmam que a saída dos agricultores tem causado um forte impacto na agricultura, principalmente nas culturas de arroz, milho e feijão, os três principais expoentes da economia da região. Sem mão-de obra, as terras, especialmente do Vale do Piancó, conhecidas pela fertilidade para produção de grãos, estão se tornando pastos e pouco delas tem sido aproveitado.
Contudo, a migração para os canaviais de São Paulo não só provoca danos à economia agrícola da Paraíba, mas também, trará problemas ainda maiores num futuro próximo, segundo pesquisadores. È que um acordo firmado entre as usinas produtoras de etanol e o governo de São Paulo, antecipou de 2021 para 2014 o fim das queimadas nos canaviais, e assim, os homens perderão o espaço para as máquinas e a tendência será o desemprego em massa.
O reflexo dessa mecanização já tem sido observado na regiao de Riberirão Preto, Irapuan, Catão e Leme, principais cidades que recebem paraibanos para o corte da cana. Nas últimas três safras, o número de vagas tem caído em média 15% ao ano. No mesmo período, a quantidade de colheitadeiras em atividade quase que quadruplicou. Hoje ainda existem cerca de 140 mil cortadores de cana em São Paulo, e deste total, mais 20% ainda são da Paraíba. De acordo com o assessor técnico da Emater Regional de Itaporanga, Valdir Pereira, quando a mecanicação da extraçao de cana- de- acuçar em São Paulo estiver 100% inserida nos canaviais os paraibanos que trabalham direto no corte, deverão ser demitidos pelas usinas que os contratou.
Ele acredita que quando isso acontecer, a situação ficará ainda mais grave, porque, como o trabalho nos canaviais exige dedicação exclusiva dos trabalhadores, eles não tiveram a oportunidade de aprender outras atividades e após serem demitidos terão muitas dificuldades para conseguir um novo trabalho. “Essa questão não provoca apenas problemas de ordem econômica, mas também social. O que será dessas pessoas que dedicam à vida nesses canaviais, quando as maquinas estiverem fazendo todo o trabalho. Eles vão ter que decidir se ficam em São Paulo para tentar uma outra oportunidade, ou se voltam para Paraíba, para começar a vida de onde parou”, explica o assessor.
Centenas de cortadores de cana da região partem para o interior de São Paulo
Para escolher os cortadores de cana, os proprietários das usinas de São Paulo, contam com o apoio de agenciadores, que atuam nas cidades do Vale do Piancó, como em todo Sertão. Eles são os responsáveis por fazer a divulgação das vagas, cadastrar e depois selecionar os homens para viagem. Além disso, ainda organizam os trâmites relacionados a transporte e passagens, que geralmente acontecem em ônibus, locados pelas usinas.
Entre os principais agenciadores, está José de Meira, da cidade de Boa Ventura. Também cortador de cana, Meira já foi responsável por encaminhar milhares de homens para vida nos canaviais. Ele contou que nem todos os interessados são escolhidos, porque deve obedecer aos critérios de seleção, como a idade. Os proprietários das usinas preferem jovens com idades entre 18 e 30 anos, por apresentarem melhores condições físicas para enfrentar o trabalho. Os mais velhos que conseguem trabalho, acabam sendo submetidos a outras funções com remunerações baixa, em relação ao que é pago nos cortes.
José de Meira explicou que as usinas têm interesse nos agricultores paraibanos porque entre outros motivos, eles demonstram mais força para trabalhar e conseguem cortar ao dia, o dobro da produção de um paulista. “O corte é por produção e os trabalhadores sabem que quanto mais produzir, mais dinheiro pode ganhar”.
Entre os principais agenciadores, está José de Meira, da cidade de Boa Ventura. Também cortador de cana, Meira já foi responsável por encaminhar milhares de homens para vida nos canaviais. Ele contou que nem todos os interessados são escolhidos, porque deve obedecer aos critérios de seleção, como a idade. Os proprietários das usinas preferem jovens com idades entre 18 e 30 anos, por apresentarem melhores condições físicas para enfrentar o trabalho. Os mais velhos que conseguem trabalho, acabam sendo submetidos a outras funções com remunerações baixa, em relação ao que é pago nos cortes.
José de Meira explicou que as usinas têm interesse nos agricultores paraibanos porque entre outros motivos, eles demonstram mais força para trabalhar e conseguem cortar ao dia, o dobro da produção de um paulista. “O corte é por produção e os trabalhadores sabem que quanto mais produzir, mais dinheiro pode ganhar”.
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